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Próximas duas semanas ainda “serão muito difíceis”. Convocatória para vacinação por SMS está a ser testada

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António Pedro Santos / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido

A ministra da Saúde, Marta Temido, considera “encorajadora” a diminuição do número de novos casos, mas alerta que as próximas duas semanas serão “muito difíceis” ao nível dos cuidados intensivos.

Desde que atingiu o pico de 16.432 infeções na passada quinta-feira (28 de janeiro), o número de casos diários tem descido: 13.200 casos na sexta-feira, 12.435 no sábado, 9.498 no domingo e 5.805 esta segunda-feira.

Apesar de considerar esta desaceleração de infeções “encorajadora”, a ministra da Saúde avisou, em conferência de imprensa, que os números são ainda “muito elevados, nomeadamente em Lisboa e Vale do Tejo”.

“Esta semana será ainda de muita pressão nos internamentos de enfermaria”, disse Marta Temido, acrescentando que “as próximas duas semanas serão muito difíceis ao nível dos cuidados intensivos”.

De acordo com o Observador, Temido prometeu “alargar a capacidade instalada” no país, adiantando que o Governo vai procurar “melhor articulação entre os hospitais”. Além disso, a governante disse ter “um plano para adotar outras soluções”, se necessário.

Ocupação de camas do SNS atingiu os 94%

Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, disse esta segunda-feira que a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está “perto do limite”. A taxa de ocupação era de 94% nesta segunda-feira, quer em unidades de cuidados intensivos, quer em enfermaria.

“Ainda temos uma, duas semanas pela frente, duras, do ponto de vista de pressão, mas temos planos para acorrer a essa dureza”, disse, numa visita ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, citado pelo Público.

Em relação à vacina da Astrazeneca, que alguns países desaconselharam que fosse ministrada a maiores de 65 anos, o responsável adiantou que o Governo não decidiu se vai tomar ou não essa opção. “Ainda estamos a estudar e a ponderar, adequaremos àquilo que é a melhor evidência científica.”

SMS para convocar prioritários para a vacinação

Luís Goes Pinheiro, secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, anunciou que o Governo vai testar um sistema de envio de SMS para convocar os portugueses prioritários para a vacinação. O Expresso avança que o projeto-piloto começou na região de Lisboa e Vale do Tejo, foi estendido às regiões Norte, Centro e Algarve, e vai permitir vacinar pessoas já a partir desta quarta-feira.

O processo, ainda “reduzido”, consiste no envio de uma SMS com data e hora, à qual os doentes identificados pelo Serviço Nacional de Saúde devem responder com “Sim ou Não”.

Em caso afirmativo, são contactados pela unidade de saúde através de uma nova mensagem ou de contacto telefónico para marcar o local do agendamento. A marcação da segunda dose é feita logo após a primeira toma, no local.

Até esta segunda-feira, há um total de 340 mil doses administradas no país, das quais 270 mil referentes à primeira dose e 70 mil à segunda.

A média de 3,3 doses de vacina administradas por cada 100 pessoas, dá a Portugal o sétimo lugar nos países europeus com mais vacinas administradas. Os dados foram avançados pela ministra e podem ser confirmados na plataforma Our World in Data. Portugal é ainda o 15.º país neste indicador a nível mundial.

Temido justificou que Portugal só comunica os dados sobre vacinação ao Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças uma vez por semana, e que, por esse motivo, os dados sobre o andamento dos processos de vacinação estão muitas vezes desatualizados.

Esta semana, o processo de vacinação continua em lares que tinham surtos (considerados entretanto extintos) e entre profissionais de saúde prioritários; pessoas com mais de 80 anos; e para quem tenha entre 50 e 79 anos e sofra de uma das doenças graves consideradas de maior risco.

Liliana Malainho, ZAP //

5 Comments

  1. A classe Medica, e de Saúde, por via dos seus Representantes dão a Imagem clara do génese desta classe Profissional, que nem com leis de imposição consegue ser uma classe Séria, para combater os montes de receitas de medicamentos para valer tudo mais alguma coisa, menos curar o doente, foi preciso impor as Receitas digitais e por formula, as situações e atropelos, Obstruções que criam ao combate á Pandemia, com custos e sacrifícios dos Portugueses, para defender os seus Umbigos, Já com a aplicação das Vacinas para a Gripe se passou o mesmo, quem precisava delas ficou sem elas, porque foi para os familiares, familiares dos familiares, amigos. amigos dos amigos, Agora com as vacinas do Covide, temos a situação dos desvios, roubos, trafulhices, o que se queira chamar está acontecer a mesma coisa, e será Certinho que quem precisa delas irá morrer com o Covide porque as Vacinas valem muito dinheiro e a Classe da Saúde gosta muito, mas o mais escandaloso é ouvir os escandalosos comentários dos seus representantes, em todas as emissões de televisão vejo sempre desculpar os faltosos, chutar para o lado, responsabilizar o Estado, os serviços, e a comunicação social a papar todas estas desculpas e engole tudo mesmo sem liquido, a seco, sente-se confortável.

  2. Perfeito, os velhotes que não tenham telemóvel ou não saibam utilizar SMS ficam logo excluídos. Sobram mais vacinas para a famíglia.

    • Os meus avós têm um telemóvel tátil, mas, por exemplo, vários primos meus, que vivem no Interior de Portugal Continental – em aldeias pobres -, não possuem essa regalia e, portanto, o SNS não os poderá contactar.
      Onde está a igualdade??

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