/

Especialistas defendem dose de reforço de outra vacina a quem é vacinado com Johnson & Johnson

Kamil Krzaczynski / AFP

Com o aumento da prevalência da variante Delta, especialistas norte-americanos defendem a necessidade de quem foi vacinado com a Johnson & Johnson (de dose única) tomar uma dose de reforço da Pfizer ou da Moderna.

De acordo com o jornal Público, a sugestão surge devido à incerteza da eficácia da vacina da Johnson & Johnson contra a estirpe B.1.617.2, a variante Delta, que já predominante em Portugal.

Ao contrário da Europa, onde vários países (incluindo Portugal) já permitem que as pessoas sejam imunizadas com duas doses de laboratórios diferentes, nos Estados Unidos o organismo regulador não tem ainda diretivas nesse sentido.

A Johnson & Johnson já comunicou que está a testar a resposta imunológica da vacina contra a variante Delta, mas não há ainda dados disponíveis.

O Centro de Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) não recomenda reforços, e os consultores da agência disseram esta semana que ainda não há provas significativas de diminuição da proteção da vacina.

Por outro lado, estudos britânicos mostram que duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca são significativamente mais eficazes contra a variante do que uma dose apenas.

“Porta aberta” a todos os que queiram ser vacinados

Segundo imunologistas ouvidos pelo Jornal de Notícias, a estratégia de vacinação deve ser ajustada devido à urgência em acelerar o processo. Para isso, sugerem uma política de porta aberta ou “happy hour”.

Gouveia e Melo, líder da task force para a vacinação, quer abrir a vacinação a toda a população adulta a partir de 4 de julho. Mas, com tão pouco tempo até lá, Nuno Alves, imunologista do i3S, admite que poderá não fazer sentido revolucionar a política atual, que começou nos mais velhos e grupos de risco e foi descendo escalões etários.

Em alternativa, sugere uma espécie de “happy hour” pensada para adolescentes. De acordo com o especialista, “à medida que descemos nos escalões etários, a resposta ao apelo à vacinação vai diminuindo” e, ao contrário dos mais velhos que comparecem no dia e hora marcados, os escalões etários abaixo faltam mais.

Assim, e porque as vacinas não podem ser guardadas para o dia seguinte, faz sentido que adolescentes se desloquem aos centros de vacinação, ao final do dia, para receber doses sobrantes.

Já Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular, propõe porta aberta a quem se queira vacinar. “Nos 20, 30 e 40 anos, os valores são tão baixos que não me choca que sejam vacinados ao mesmo tempo”, explica.

A grande ressalva é a faixa dos 50 aos 64 anos, cujo risco de morte ainda é alto. A 20 de junho, segundo o relatório de vacinação, mais de metade (57%) só tinha uma dose e 27% ainda nem iniciara a imunização. “A abertura da vacinação a todos só faz sentido se se proteger esta faixa etária” primeiro, ressalvou.

Para a Ordem dos Médicos, a estratégia devia ter mudado há semanas. Agora, a meta é “conter a progressão do vírus” e, para isso, a vacinação tem de avançar “já”, disse António Diniz, do gabinete de crise.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.