Os doentes mais graves, sem limite de idade, que são seguidos em consultas hospitalares, vão começar a ser vacinados nos próprios hospitais.
O processo de vacinação contra a covid-19 em Portugal está finalmente a acelerar, sendo que, esta terça-feira, foi atingida a marca de quatro milhões de vacinas administradas à população.
“Foram precisos mais de dois meses para inocular o primeiro milhão de vacinas, 33 dias para o segundo, 19 dias para o terceiro. Agora, chegámos aos quatro milhões em apenas 14 dias. Isto é a evidência de que os nossos esforços de proteger o maior número de portugueses no mais curto espaço de tempo estão a surtir efeito”, disse o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, à agência Lusa.
De acordo com o último relatório de vacinação da Direção-Geral de Saúde (DGS), cerca de 2,9 milhões são primeiras doses (29%) e 1,1 milhões são segundas (11%).
O Ministério da Saúde prevê que, a manter-se este ritmo, todas as pessoas com 60 ou mais anos sejam vacinadas, com pelo menos uma dose, até ao final de maio, havendo já algumas regiões onde estão já a ser vacinadas pessoas com idades entre os 50 e os 60.
A possibilidade de auto-agendar a vacinação na plataforma online criada para o efeito, que esta semana foi alargada para todas as pessoas a partir dos 60 anos, também foi determinante para se conseguir acelerar o ritmo.
Em pouco mais de duas semanas e até esta segunda-feira, já se tinham inscrito cerca de 280 mil pessoas, adianta o jornal Público, que acrescenta que, ainda este mês, está previsto que as pessoas na faixa etária entre os 55 e os 59 anos também possam começar a agendar a sua vacinação.
Segundo o mesmo diário, esta semana está ainda planeada arrancar a vacinação dos doentes de maior risco, sem limite de idade, que são seguidos em consultas hospitalares.
Tal como anunciou o coordenador da task force, Henrique Gouveia e Melo, estes doentes mais graves serão vacinados nos próprios hospitais, enquanto os outros pacientes incluídos na lista de patologias consideradas prioritárias (que inclui, entre outras, neoplasias malignas ativas, diabetes, obesidade, VIH-Sida, epilepsia refratária, paralisia cerebral e esquizofrenia) estão a ser convocados pelos centros de saúde.
Mais de cinco mil reações adversas em Portugal
Segundo o jornal online ECO, desde que arrancou a campanha de vacinação em Portugal, a 27 de dezembro do ano passado, foram registadas mais de cinco mil reações adversas no portal RAM, do Infarmed. Trata-se, assim, de uma taxa de notificação de apenas 0,15%.
Segundo o relatório de 7 de maio desta Autoridade Nacional do Medicamento, das 5359 reações adversas reportadas, a maioria continua a ser associada à vacina da Pfizer/BioNTech.
3942 dizem respeito à vacina da Pfizer (73,56%), 1122 da AstraZeneca (20,94%) e 295 da Moderna, não havendo, para já, qualquer reação adversa notificada após a toma da vacina da Janssen.
Tal como destaca o jornal digital, até à passada sexta-feira, já tinham sido administradas em território nacional mais de 2,5 milhões de doses da Pfizer, o que significa que a percentagem de reações adversas notificadas é de apenas 0,16%.
Entre os tipos de reações adversas reportadas, a maioria diz respeito a reações consideradas “não graves” – 2997 (55,92%) –, seguindo-se as reações “graves” – 2328 (43,44%) – e apenas 34 reações “fatais”, que incluem “notificações de casos de morte ocorridos após a vacinação sem relação causal direta demonstrada com a vacina administrada”, reforça o Infarmed, sublinhando que a maioria ocorre em idosos cujo historial clínico é mais frágil.
PSD propõe vacinação imediata dos profissionais do turismo
Segundo o jornal Público, num documento divulgado esta terça-feira, a secção do turismo do conselho estratégico nacional (CEN) do PSD propôs um conjunto de ações, “todas de curto prazo”, para “salvar a época turística do verão em Portugal”. Entre as 15 medidas destaca-se a vacinação imediata dos profissionais do turismo.
O partido liderado por Rui Rio sugere que se dê prioridade a estes trabalhadores na inoculação, sobretudo os que têm contacto direto com clientes, informando que esta é uma medida que já está a ser aplicada em países como a Croácia, Turquia ou República Dominicana.
O PSD propõe também que se tente “acelerar tanto quanto possível” a vacinação nas “populações das regiões de maior relevância turística” e sugere também a reabertura imediata das fronteiras, para a realização de “viagens por razões não essenciais para todas as pessoas vacinadas, com teste à covid-19 negativo e provenientes de países com uma boa situação epidemiológica”.
Os sociais-democratas defendem ainda, entre outras propostas, a disponibilização de testes a um preço simbólico aos turistas, que vão necessitar deles para o seu regresso a casa, e a sua realização em hotéis e farmácias.
O PSD avisa que a adoção destas medidas “exigirá ao Governo mais do que retórica, e sim foco, coragem e determinação, tendo implícito o reconhecimento, pelos vários níveis da administração do Estado e das diversas áreas sectoriais, que o turismo, é, de facto, um setor estratégico na economia nacional, e que não perdeu esse estatuto na pandemia”, lê-se no documento.
Coronavírus / Covid-19
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