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Documentos desmentem versão de António Costa sobre o Infarmed

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Paulo Novais / Lusa

António Costa

Os trabalhadores do Infarmed desmentem as declarações do primeiro-ministro, que disse em entrevista à Antena 1 que a decisão de deslocar a sede para o Porto já estava tomada há mais tempo, devido à candidatura da cidade para acolher a Agência Europeia do Medicamento.

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que não percebe a surpresa com o anúncio da mudança da sede do Infarmed de Lisboa para o Porto, uma vez que a transferência do instituto estava integrada na candidatura da cidade invicta à sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

No entanto, segundo o Diário de Notícias, em nenhuma parte do documento da candidatura à EMA está escrito que a sede do Infarmed se mudará para o Porto caso a cidade passasse a ser a sede do organismo internacional. Um facto que, segundo a Comissão de Trabalhadores do instituto, contradiz as declarações do chefe do Governo.

De acordo com o documento, citado pelo jornal, a proposta apenas refere que este regulador nacional de medicamentos “terá no local recursos humanos, científicos e técnicos para fortalecer a sua colaboração com a agência”.

Ontem, a Comissão de Trabalhadores do Infarmed reuniu com todos os grupos parlamentares na Assembleia da República, com exceção do PS, uma vez que não foi pedida audiência com este partido, segundo o seu porta-voz.

Aos jornalistas, o presidente da comissão, Rui Spínola, reafirmou que “em nenhum documento da candidatura à EMA consta qualquer menção ao facto de o Infarmed ir para o Porto ou para qualquer outra cidade”, cita o DN.

Além disso, no Plano Estratégico do Infarmed para 2017-2019, homologado em 29 de setembro pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, também “nada consta” sobre esta transferência.

Partidos pedem explicações ao Governo

No final da audição, o deputado do PSD, Miguel Santos, desafiou o ministro da Saúde e o primeiro-ministro a “comprovar que existe um documento, verdadeiro, datado, anterior, que mostre que esta é uma decisão pensada, refletida e fundamentada”.

A comunista Paula Santos afirma que esta foi uma decisão “intempestiva” e que este tipo de escolhas devem ser “refletidas e ponderadas”.

“Os trabalhadores foram completamente apanhados desprevenidos e souberam pela comunicação social”, recorda Teresa Caeiro, deputada do CDS, acrescentando que esta decisão do Governo só mostra que foi “tomada em cima do joelho”.

Por sua vez, Moisés Ferreira, deputado do BE, também defende a Comissão de Trabalhadores, entendendo que não houve “nenhum processo de tomada de decisão” e, se houve, “foi tomada à revelia dos trabalhadores”.

Marcelo Rebelo de Sousa, escusou-se a comentar o caso, dizendo apenas que tomou conhecimento da transferência da sede para o Porto quando a decisão foi anunciada publicamente. Alguns elementos da Comissão de Trabalhadores vão ser recebidos pela Casa Civil do Presidente da República na segunda-feira à tarde.

ZAP //

13 Comments

    • Refere-se ao redactor da notícia, com certeza. Comprometer AC está integrado, isso sim, na estratégia do CDS, mas quer isso dizer que está escrito num documento do CDS? A argumentação e as acusações enojam, mesmo quem não é do PS.Tem culpa da legionella, pois claro. Não pode tomar decisões descentralizadoras, não senhor. Tem culpa das medidas legislativas da Cristas sobre eucaliptos, sim senhor. Causou os incêndios, sim senhor. Tem que promover os professores sem avaliação, sim senhor. Não pode aumentar o salário mínimo, nãop senhor. Tem que perguntar ao Marcelo se pode mudar uma Repartição para o Porto, sim senhor. Tem que dizer Amen a uma Bastonária dos Enfermeiros com postura e cv execráveis, sim senhor. Os senhores enlouqueceram?

      • A questão do Infarmed não é uma decisão descentralizadora. Nas palavras do próprio António Costa foi uma “desconcentração” e pelos vistos planeada em cima dos joelhos. Esta mania de se fazerem de vítimas, de serem perseguidos, da cabala, etc…. já não pega! Este Governo já demonstrou que, tal como no passado não sabe aproveitar um ciclo de crescimento. Parece que estamos em 1997 a crescer a 4% ao ano e a desbaratar os dinheiros públicos. Como diria o outro: “Vá tomar banho!”

  1. Estes gajos só sabem mentir. Depois do António Domingues na CGD, das munições de Tancos, dos incêndios, da casa da Teixeira Duarte em Lisboa,… mas ainda alguém acredita nestes artistas.

    • Não repita atoardas para se fazer ouvir. Que casa “da Teixeira Duarte”, sabe o que está a dizer ou uma mentira muito repetida fá-lo esquecer a verdade? E queria o António Domingues a receber fortuna escandalosa mensalmente (como o Paulo Macedo e acólitos) e a não declarar as contas como a Lei obrigava? E a amparar-se no facto de um ministro ter dito “vamos ver o que é possível” e a Lei não o isentar? E o Governo é que trata dos paiois e escreve relatórios de busca militar? A sanha persecutória dos maledicentes profissionais dá náuseas.

  2. Se a decisão estava tomada, porque não foram os trabalhadores avisados em devido tempo?
    Se o primeiro ministro garante aos trabalhadores que a lei será respeitada, porque começou por atropelar a lei ?
    Se o “Infarmed” ia para o Porto por causa da “Ema”, porque vai se afinal a “Ema” não vem?

    • Um ano não é aviso em devido tempo?
      Onde atropelou a Lei? Estas afirmações referem-se a que a sede não pode mudar, ou quer dizer que os funcionãrios (talvez!) não possam ser obrgados a mudar? Não baralhe a realidade.
      Ir para Porto, ou Aveiro, ou Braga, em grande número de casos reequilibraria o país, retiraria de Lisboa excesso de presença, megacefalismo, maus hábitos e são decisões tardias. Os administradores das farmaceuticas ficam a 300km? Coitadinhos, quando populações inteiras ficam a isso e mais de todos os centros de decisão e ninguém se incomoda.

      • …”Ir para o Porto, ou Aveiro, ou Braga,”…. Muito Bem! E, onde estão colocadas as hipóteses Aveiro, Braga? E eu acrescento, Coimbra, Évora, Leiria, etc. Porquê, que se não é em Lisboa têm que ser no Porto? Com este e todos os Governos(?) têm sido assim. O País é só Lisboa e Porto? Ou têm a ver com o número de eleitores, interesses partidários, política caseira?

  3. INTERESSES.
    Trabalhadores deslocados logo MAIS compensações e regalias para os ditos (que não têem culpa
    dos desvarios do 1º Ministro e seu governo. Deve haver alguém no topo do INFARMED que é do Porto
    Eu Também sou mas querer tapar os olhos aos portugueses com a EMA já e demais.
    Os Governantes deste modesto PAÍS deviam olhar pelos interesses do povo. Coisa que não se verifica
    Só olham pelos interesses deles e dos amigalhaços. ISTO VALE PARA A ESQUERDA E DIREITA.

  4. Parece que este governo gosta de arranjar sarna para se coçar.
    Impressionante é também o argumento de que é preciso uma descentralização, e assim mudar tudo para o Porto. Isso é uma deslocalização.
    Descentralização significa a possibilidade dos cidadãos e empresas poderem tratar de todas as burocracias e questões legais em qualquer parte do país. E assim parece-me aceitável a criação de um polo do Infarmed no Porto e não o contrário.

  5. Se não houve informação internamente no infarmed não culpem o costa porque obviamente a dicisão já estava tomada algum tempo!A oposição sempre a trabalhar para destruir porque construir não fazem a mínima ideia como o fazer!

  6. Passar qualquer agência ou entidade de Lisboa para o Porto não é descentralizar, é apenas trocar ceder a uma região já favorecida em detrimento de outra também muito favorecida. Descentralizar seria mudar para cidades do interior ou para zonas onde nada existe. Será que pensaram em Beja, Évora? Mas para o PS a sul do Tejo continua a ser um deserto, desde o tempo do aeroporto, e onde haviam certamente interesses na zona da Ota. A sul do Tejo apenas deu para fazer o Freeport e alguém ganhar mais uns milhões. Por isso deixem-se de desculpas esfarrapadas, ninguém muda nada por ser interior ou não, mas sim para onde há votos e dinheiro.

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