As dívidas das entidades públicas ao Instituto Português do Sangue, que chegam às dezenas de milhões de euros, levaram a constrangimentos que impediram o regular funcionamento na instituição.
Segundo o Público, a dívida das entidades públicas, sobretudo dos hospitais, causou constrangimentos ao regular funcionamento do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) durante o ano passado. Até 31 de dezembro de 2018, as entidades públicas deviam ao IPST 83,3 milhões de euros.
O Relatório de 2018 aponta falhas na compra de material, que afetou procedimentos da recolha de sangue e apoio a candidatos a transplantes. Este ano, até ao final do mês de julho, as dívidas das entidades públicas ao Instituto do Sangue contavam já com um total de 75,8 milhões de euros.
Segundo o relatório citado pelo mesmo jornal, procedimentos de aférese — separação de componentes do sangue — não puderam ser feitos porque ” processos de aquisição, nomeadamente de reagentes, arrastados no tempo” aguardavam “fundos disponíveis”. Isto levou a uma “perturbação ao desenvolvimento regular da atividade, condicionando as marcações de sessões de aférese”.
A notícia do Público enumera outros problemas, como “as múltiplas greves de vários grupos profissionais que afetaram negativamente a atividade da aférese; múltiplas avarias do selador manual que também levaram à desmarcação de algumas sessões; avaria do aparelho e indisponibilidade de reagentes”.
A resposta do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde revelou este domingo que já foi traçado um plano de pagamento para reduzir os valores em dívida ao IPST e assegura que não existem constrangimentos orçamentais ao seu normal funcionamento.
Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde afirmou que “está a acompanhar a situação identificada pelo IPST” e que “já foi traçado um plano de pagamento regular das dívidas”. Este plano insere-se no âmbito das relações financeiras entre os serviços e organismos do Ministério da Saúde.
O ministério assegura ainda que este “organismo mantém a sua atividade regular, fornecendo um serviço de elevada qualidade e com garantias de segurança”.
Em reação à Rádio Observador, Joaquim Mendes da Silva, presidente da Federação de Associações de Dadores de Sangue, manifestou preocupação com a dívida. Explicou ainda que “o tratamento de cada unidade de sangue custa ao IPST mais de 300 euros e que é importante os hospitais fazerem um esforço e pagarem as dívidas”.
O presidente da Federação de Associações de Dadores de Sangue adiciona que a falta de pagamento afeta a promoção da dádiva de sangue e condiciona a ajuda que o instituto tem que dar às associações.
A reação de Marcelo
Marcelo Rebelo de Sousa, disse, este domingo, esperar que o plano de regularização de dívidas passadas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) inclua a do IPST.
Em declarações à SIC, o Presidente da República disse ter pedido informações ao Ministério da Saúde sobre a notícia e ter recebido a informação, da ministra Marta Temido, que o relatório se refere a “dívidas passadas“. Sobre a regularização anunciada, disse: “Espero bem que sim, porque o instituto é uma peça fundamental do SNS”.
Questionado pelo Público sobre se esta situação se encontra resolvida, o IPST disse que “existem sempre imprevistos que podem ter repercussões positivas ou negativas numa instituição/serviço e que vão sendo resolvidas à medida que surgem, no contexto dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis”.
De acordo com o IPST, em Portugal há cerca de 209 mil dadores de sangue e, todos os dias são necessárias 900 a 950 unidades de sangue nos hospitais.
Boa Costa. O país está bem!
Pagar subvenções aos pulhiticos é mais importante.