A Outfit 21 não conseguiu o financiamento necessário e desistiu de comprar a Dielmar. A têxtil ainda aguarda um “milagre”, com o Governo a trabalhar numa solução de última hora.
Não existem propostas para a compra da Dielmar, escreve o Jornal de Notícias, esta sexta-feira. A situação da empresa complica-se e a viabilização da têxtil está agora mais difícil, numa altura em que os cerca de 300 trabalhadores passam a ter o salário de outubro em atraso. No limite, a empresa tenta recorrer a ajudas do Estado.
Fundada em 1965, em Alcains, a Dielmar empregou 300 trabalhadores e pediu a insolvência a 2 de agosto, com uma dívida total de 16,8 milhões de euros a 355 credores.
Metade deste valor é reclamado pelo Estado, que em agosto e setembro, garantiu os salários através do Programa de Apoio à Retoma, dando sinais de estar apostado em salvar a empresa. “Mas esse empenho terá durado apenas até às eleições autárquicas“, referem agora os trabalhadores.
A empresa que mais interesse demonstrou em comprar a Dielmar, a Outfit 21, de Leiria, não conseguiu o financiamento necessário e já desistiu da ideia.
“Ainda existe uma luz ao fundo do túnel”, disse o presidente da câmara de Castelo Branco ao JN. Leopoldo Rodrigues confirmou que o Governo está a trabalhar numa solução de última hora.
O Governo está em contacto com um empresário que poderá apresentar uma proposta na assembleia de credores de dia 10. “Enquanto isso, estamos a trabalhar num plano que agilize os pagamentos pelo Fundo de Garantia Salarial a todos aqueles trabalhadores se a fábrica fechar”, adianto uma fonte próxima às negociações.
Na última assembleia de credores, além da Outfit 21, um investidor, Cláudio Monteiro, apresentou também uma proposta de 10 milhões de euros através de uma empresa a criar entre 20 e 29 de outubro. O administrador de insolvência, João Gonçalves, diz que até ao momento tal ainda não se concretizou.
“A saída da Outfit 21, que era aquela que nos garantia a retoma laboral em novembro, entristece-nos”, desabafou Anabela Vitorino, representante de 137 trabalhadoras. Sem esperança em Cláudio Monteiro, acredita que “o desfecho mais provável e desejável é o encerramento da Dielmar”.
