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Pela primeira vez em 3.000 anos, diabos da Tasmânia voltam a vaguear pela Austrália

O diabo da Tasmânia é assim chamado porque só é encontrado na natureza na ilha das Tasmânia. Porém, agora, os conservacionistas reintroduziram uma população na Austrália continental pela primeira vez em milhares de anos.

Com o tamanho de um pequeno cão, os diabos da Tasmânia já vaguearam por toda a Austrália, mas acredita-se que se tenham extinguido em todo o mundo – exceto na Tasmânia – há cerca de três mil anos. Os responsáveis terão sido os dingos, uma vez que teriam competido por comida e provavelmente vencido devido ao seu tamanho maior.

Estes marsupiais carnívoros encontraram consolo na Tasmânia, onde os dingos nunca chegaram. No entanto, nos últimos anos, enfrentaram novas ameaças. A Doença do Tumor Facial do Diabo (DFTD) é uma forma de cancro mortal e misteriosamente contagiosa que matou tantos animais que agora estão em perigo de extinção. Estima-se que haja apenas 25 mil na natureza.

Agora, de acordo com o NewAtlas, conservacionistas da Aussie Ark, WildArk e Global Wildlife Conservation soltaram 11 diabos da Tasmânia num santuário de vida selvagem de 404 hectares em Barrington Tops, New South Wales, a cerca de 200 quilómetros a norte de Sydney.

O santuário foi projetado para proteger os animais de perigos como doenças, incêndios, carros e pragas selvagens como gatos e raposas.

Estes animais nasceram e foram criados como parte do programa de criação de Aussie Ark, que viu mais de 390 diabos da Tasmânia a nascer na última década. Os indivíduos foram selecionados para voltarem para a Austrália com base na sua aptidão para procriar sem qualquer endogamia – método de acasalamento que consiste na união de indivíduos aparentados e geneticamente semelhantes.

Esta libertação segue uma versão de teste assistida anteriormente de 15 diabos, o que significa que um total de 26 diabos da Tasmânia voltaram agora a vaguear pelo continente australiano.

Isto é apenas o começo. Estão planeadas mais duas reintroduções para os próximos anos, com mais 20 animais a serem soltos em 2021 e outros 20 no ano seguinte.

Para garantir que a população permaneça saudável e segura, os diabos serão monitorizados usando armadilhas fotográficas, coleiras de rastreamento, microchips e investigações regulares.

O programa não se trata apenas de proteger os próprios diabos. Aussie Ark considera estes animais uma das sete espécies fundamentais para restaurar os ecossistemas australianos. Espera-se que os outras espécies sejam libertadas no santuário selvagem no futuro.

“Esta não é apenas a reintrodução de um dos amados animais da Austrália, mas de um animal que irá projetar todo o ambiente ao seu redor, restaurando e reequilibrando a nossa ecologia florestal após séculos de devastação por raposas e gatos introduzidos e outros predadores invasores”, disse Tim Faulkner, presidente da Aussie Ark. “Por causa desta reintrodução e de todo o trabalho árduo que levou a ela, algum dia veremos diabos da Tasmânia a viver nas grandes florestas do leste como faziam há 3.000 anos.”

ZAP //

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