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Detida boliviana investigada pelo acidente do avião que transportava o Chapecoense

Luis Eduardo Noriega A. / EPA / Lusa

Destroços do avião que caiu com a equipa de futebol do Chapecoense.

A Polícia Federal do Brasil deteve na quinta-feira uma cidadã boliviana sob investigação pelo desastre aéreo ocorrido em 2016, no qual morreram 71 pessoas, incluindo futebolistas, treinadores e diretores do Chapecoense.

Segundo a polícia de Corumbá, uma cidade na fronteira com a Bolívia, localizada no estado de Mato Grosso do Sul, a mulher foi responsável pela análise e aprovação do plano de voo do avião que transportava o Chapecoense e era uma fugitiva da justiça no seu país.

“A mulher boliviana era especialista em segurança de voo e, na altura, não observou os requisitos processuais mínimos para a aprovação do plano de voo da aeronave, uma vez que no programa apresentado, a autonomia de voo não era adequada para a viagem”, explicou a Polícia Federal numa nota.

O trágico acidente ocorreu em novembro de 2016 quando o avião que transportava o Chapecoense se despenhou a 17 quilómetros do aeroporto José María Córdova, perto da cidade de Medellín, depois de ter ficado sem combustível.

De acordo com o inquérito final ao acidente com o avião que transportava a equipa da Chapecoense e que matou 71 pessoas em novembro de 2016, a tripulação sabia que o avião tinha menos 2300 quilos de combustível e ignorou o assunto.

O British Aerospace 146 que fazia a ligação entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e Rionegro, na Colômbia, não cumpriu as normas de segurança internacionais, que estipulam que um voo deve ter combustível suficiente não só para chegar ao aeroporto de destino, mas também para aterrar num aeroporto alternativo em caso de necessidade, e ainda mais 30 minutos de reserva.

40 minutos antes de o avião se despenhar, já tinha sido ativado o modo de emergência. A tripulação ignorou os avisos sonoros e a luz vermelha emitida na cabine. Além disso, o relatório revela também que os pilotos não avisaram o controlo de tráfego aéreo sobre o que se estava a passar. Os motores acabaram por parar e o avião planou até atingir o solo.

A equipa estava a caminho da Colômbia para jogar contra o Atlético Nacional na final da Copa Sul-Americana de 2016.

A tragédia provocou a morte a 71 das 77 pessoas no avião da companhia aérea boliviana Lamia. Três futebolistas, dois membros da equipa e um jornalista sobreviveram.

A mulher permanecerá detida na cidade de Corumba, no Mato Grosso, enquanto os procedimentos legais são realizados para a entregar às autoridades bolivianas.

ZAP // Lusa

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