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Detetados dois casos da variante brasileira em Portugal (e ainda há outra a preocupar os especialistas)

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Dois casos da variante brasileira do novo coronavírus foram detetados em Portugal. Os casos desta estirpe, que é altamente contagiosa, foram descobertos na região da Grande Lisboa e já foram comunicados às autoridades de saúde.

A notícia dos dois casos da variante brasileira detetados na região da Grande Lisboa foi avançada pela SIC Notícias na quarta-feira. Segundo a televisão, as amostras foram enviadas para o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que irá fazer o seguimento epidemiológico e laboratorial adequado.

Questionados pelo semanário Expresso, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o INSA confirmam “a receção de duas amostras suspeitas de estarem associados à variante genética do SARS-CoV-2 primeiramente detetada no Brasil”. “As amostras serão agora analisadas através da sequenciação genómica, de forma a poder concluir se se tratam de facto de casos de COVID-19 associados a esta variante”.

As mesma entidades asseguram que assim que são identificadas “variantes que suscitam reforço de monitorização” as autoridades de saúde confirmam que “o caso está isolado e que todos os contactos estão identificados e em isolamento profilático”.

Segundo o semanário, as análises no laboratório foram realizadas com recurso a sondas específicas de biologia molecular, que encontram targets genéticos específicos da B.1.1.28, a variante brasileira.

Encontrada pela primeira vez em viajantes japoneses que passaram pelo estado brasileiro do Amazonas em dezembro, uma nova variante designada pelos cientistas como B.1.1.28.1 ou P.1 tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo, porque se assemelha a variantes mais infecciosas e mais mortais do vírus que provoca a covid-19 encontradas no Reino Unido e na África do Sul.

A variante é predominante na cidade de Manaus, capital do Amazonas, que enfrenta um colapso do sistema de saúde desde o início de janeiro, quando a alta procura de pacientes levou a problemas de abastecimento de consumíveis básicos para atendimento médico.

Esta variante é considerada altamente contagiosa e já foi identificada nos Estados Unidos, Itália e Espanha.

No final de janeiro, o Governo português suspendeu os voos entre Portugal e o Brasil, pelo menos, até dia 14 de fevereiro.

Variante semelhante à da Califórnia preocupa

Na reunião de terça-feira no Infarmed, falou-se do crescimento de uma variante do SARS-CoV-2 com semelhanças àquela que ficou conhecida como a variante da Califórnia.

Em causa está, segundo a TSF, uma variante que não é a mesma que a da Califórnia, mas que partilha uma mesma mutação identificada como L452R, que pode ter uma menor resistência aos anticorpos.

Entre 10 e 19 de janeiro, na última avaliação da diversidade genética das variantes feita pelo INSA, 6,8% das infeções estudadas tinham a mutação anterior, incomparavelmente acima de outras duas variantes da África do Sul e do Brasil, ficando apenas abaixo da variante do Reino Unido que chega a 16% dos casos.

Na avaliação anterior, em novembro, tinham sido encontrados apenas dois ou três casos associados à mutação idêntica à da Califórnia e que agora a mutação está “espalhada” por 32 concelhos.

Maria Campos, ZAP //

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