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Reino Unido já prepara a reabertura de escolas. Venezuela envia oxigénio para o Brasil

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O Reino Unido registou 406 mortes e 18.607 novos casos de covid-19 esta segunda-feira, os valores diários mais baixos das últimas semanas, indicou o Governo britânico, que desencadeou operações de rastreamento locais para travar uma variante muito infecciosa.

Entre 26 de janeiro e 1 de fevereiro, foram registadas 8.033 mortes, o que equivale a uma média diária de 1.148 e um decréscimo de 7,4% em relação aos sete dias anteriores.

Também a média diária de infeções caiu para 23.732 casos entre 26 de janeiro e 1 de fevereiro, período em que 166.126 receberam um resultado de teste positivo, uma redução de 29,7% em relação aos sete dias anteriores.

Apesar da evolução positiva, as autoridades mantêm o apelo para as pessoas respeitarem as regras do confinamento em vigor, o qual não deverá ser levantado antes de ser concluída a primeira fase da campanha de vacinação dos quatro grupos prioritários, até 15 de fevereiro.

“Não podemos ser complacentes, e é absolutamente necessário que todos continuem a fazer a sua parte, ficando em casa e protegendo o NHS [serviço de saúde público] enquanto a vacinação continua”, urgiu o ministro da Saúde, Matt Hancock, em comunicado.

Até ao fim do dia de domingo tinham sido inoculadas 9.296.367 pessoas com uma primeira de duas doses, enquanto 494.209 já receberam a segunda dose.

Além disso, a data até aqui anunciada para a reabertura de escolas era a 8 de março, mas mesmo essa foi apresentada pelo Governo britânico como provisória – tudo dependeria, dizia-se, da evolução pandémica.

Agora, o jornal britânico The Telegraph garante que Boris Johnson instou os seus ministros a acelerarem os preparativos para o regresso do ensino presencial.

A reabertura de escolas estará já a ser planeada por o pico de infeções desta nova vaga de contágios já ter passado, de acordo com as estimativas do diretor geral da Saúde de Inglaterra, Chris Whitty.

O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia covid-19. Até hoje regisou 106.564 mortes confirmadas, o maior número na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.

Maduro chama mesquinho a Bolsonaro

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou esta segunda-feira que o seu país vai passar a enviar oxigénio de forma permanente para Manaus, Brasil, no âmbito do combate à covid-19, acusando o seu homólogo brasileiro de ser “mesquinho”.

“Estamos a fazer uns acordos para enviar oxigénio permanentemente para Manaus. Um gesto de amor. A resposta que deu Bolsonaro [ao envio de oxigénio para o Brasil] foi mesquinha, de ódio”, disse o chefe de Estado venezuelano.

Nicolás Maduro falava, em castelhano, durante uma entrevista ao portal brasileiro Opera Mundi, transmitida pelo canal estatal Venezuela de Televisão (VTV), em que sublinhou que o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, apenas tinha que agradecer o gesto.

“Apenas tinha que dizer ‘obrigado, muito obrigado’”, disse, em português.

Maduro apelou para que se abandone “a luta ideológica entre o Trump de Brasil, Jair Bolsonaro, e nós, a esquerda”.

No momento de salvar vidas há que pôr de lado a ideologia, e centrar-se no ser humano, em salvar a vida do ser humano”, disse.

“O Brasil deve saber que é nossa obrigação a solidariedade com a Amazónia. Somos povos irmãos e o nosso desejo é fortalecer o encontro fraterno e a cooperação mútua, que a fronteira entre o Brasil e a Venezuela seja para a paz e a solidariedade”, disse.

Maduro explicou que o oxigénio foi enviado recentemente para o Brasil por iniciativa de trabalhadores venezuelanos, destacando que a Venezuela conta com “uma estrutura construída pela revolução bolivariana, que suportou, nos últimos dois anos, as agressões da extinta administração [norte-americana] de [Donald] Trump”.

Por outro lado, afirmou acreditar que Jair Bolsonaro recusaria um encontro com ele porque “tem medo”.

“Tem medo, não quereria olhar-me nos olhos, a sério”, disse o Presidente venezuelano, insistindo que se algum dia acontecesse o “milagre” de um encontro, lhe “estenderia” os braços, defendendo que ambos “devem entender-se”.

“Enquanto ele for o Presidente do Brasil e eu da Venezuela, temos que ter a capacidade de Estado, porque somos chefes de Estado, de ouvir-nos, falar e cooperar”, frisou.

Maduro sublinhou ainda que “se Jair Bolsonaro tivesse agarrado o telefone e ligado” para dizer-lhe que necessitava de oxigénio “teria procurado atempadamente e não teria havido essa emergência”.

“Muitas coisas teríamos resolvido com uma chamada telefónica”, frisou.

A 17 de janeiro, Nicolás Maduro anunciou que a Venezuela estava a enviar “um apoio humanitário ao povo de Manaus, o oxigénio necessário para combater a covid-19″.

A ajuda, 14 mil botijas individuais de oxigénio para ajudar no colapso hospitalar de Manaus, a segunda maior cidade da Amazónia brasileira, chegou a 20 de janeiro por via terrestre.

O Amazonas atravessa uma grave crise de saúde, cuja falta de camas de hospital, oxigénio e outros equipamentos obrigou a transferência de dezenas de pacientes para outros Estados brasileiros. Essa escassez de oxigénio causou a morte por asfixia a dezenas de cidadãos, principalmente em Manaus.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 222 mil óbitos, em mais de 9,1 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.

Índia com o valor mais baixo em oito meses

Já a Índia registou 94 mortes por covid-19 e 8.635 casos nas últimas 24 horas, o valor mais baixo de infeções em oito meses, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde indiano.

O país não tinha um número de contágios tão baixo desde 2 de junho de 2020, quando a contagem diária foi de 8.909, segundo a imprensa local.

A Índia tem vindo a reduzir a progressão da doença nos últimos meses, depois de atingir o valor mais alto de infeções em meados de setembro de 2010, com 97.894 contágios num só dia.

Desde o início da pandemia, o país contabilizou mais de 10,7 milhões de casos do novo coronavírus (10.766.245), mantendo-se como o segundo com mais infeções, atrás dos Estados Unidos, que no último balanço contavam com mais de 26,3 milhões.

Com um total de 154.486 mortes, a Índia é o quarto país do mundo com mais óbitos, a seguir aos Estados Unidos, Brasil e México, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.

O país tem atualmente 163.353 casos ativos da doença.

A Índia começou uma gigantesca campanha de vacinação em 16 de janeiro, tendo até agora vacinado perto de quatro milhões de pessoas (3.950.156), indicou o Ministério da Saúde indiano.

Cerca de 300 milhões de pessoas (o equivalente à população dos Estados Unidos) deverão ser inoculadas até julho, na primeira fase da campanha de vacinação, num país com 1,3 mil milhões de habitantes.

ZAP // Lusa

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