Manuel de Almeida / Lusa

A ministra Mariana Vieira da Silva no Parlamento

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou este sábado que o desconfinamento começará pelas escolas, salientando que o Governo já manifestou essa intenção.

No encerramento de um fórum promovido pela Juventude Socialista, em que participou a título pessoal, Mariana Vieira da Silva respondeu a intervenções anteriores sobre o encerramento das escolas decidido pelo Governo, com efeitos a partir de 22 de janeiro, para conter a propagação da Covid-19.

“Eu queria dizer que me revejo nesse problema. Não é por acaso que se procurou evitar o encerramento de escolas até ao limite do possível e que o Governo também já disse que é precisamente pelas escolas que recomeçará o desconfinamento“, afirmou a socialista, membro do Secretariado Nacional do PS, por videoconferência.

Em seguida, a ministra da Presidência assinalou que atualmente, “apesar de as escolas estarem fechadas, são servidas cerca de 18% das refeições normais de um período de não encerramento de escolas”, considerando que “não é um valor assim tão pequeno”.

Por outro lado, Mariana Vieira da Silva realçou que “neste encerramento de escolas se incluíram medidas que não existiram no primeiro encerramento de escolas, nomeadamente a possibilidade de alunos com terapias adicionais, com necessidades educativas especiais continuarem a ir à escola presencialmente – e estão a ir”.

Também é possível agora identificar “alunos que precisam de estar presencialmente na escola, não podem estar na escola à distância”, salientou a ministra, observando: “Muitas vezes desvalorizamos esse trabalho que está a ser feito. A nossa vida tem sido muito marcada pela pandemia e eu queria dizer que vai continuar a ser“, declarou.

Na quinta-feira, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência apontou o “número muitíssimo elevado” de pessoas internadas em cuidados intensivos, defendendo que “não é compatível” com a criação de “uma expectativa de um desconfinamento para breve“.

“Este é o momento de voltarmos a apelar a todas as portuguesas e portugueses que é preciso considerarmos que estamos com números muito elevados de internamento nos hospitais e nas unidades de cuidados intensivos e, sendo animador o caminho que estamos a fazer, é muito cedo para pensar que está perto do fim”, reforçou a ministra.

Questionada sobre a possibilidade de as escolas reabrirem, a ministra respondeu: “Parece-nos prematuro falar para esta próxima quinzena de desconfinamento e nomeadamente em matéria de escolas”.

Em declarações ao Expresso, na passada sexta-feira, a ministra já tinha adiantado que no Governo, o assunto estará fechado: para já, não se fala em desconfinar.

“A questão das expectativas influencia muito o comportamento das pessoas no dia a dia. Portanto, não vale a pena estarmos a falar em desconfinamento, porque enquanto os números das Unidades de Cuidados Intensivos estiverem como estão não é possível concretizá-lo”, salientou então a governante.

ZAP // Lusa