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Deputada do PSD vai devolver dinheiro das viagens. Mas não se demite

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Mário Cruz / Lusa

A deputada do PSD-Madeira, Sara Madruga da Costa, vai devolver o reembolso das viagens, depois de assumir que foi buscar essa verba algumas vezes.

Pelo menos sete deputados das ilhas, do PS, PSD e Bloco, receberam ajudas em duplicado para as deslocações ao continente, revelou o Expresso no sábado.

Destes sete parlamentares, Paulino Ascenção, do Bloco, já renunciou ao cargo por considerar que tinha incorrido numa “prática incorreta”, informando que irá “proceder à devolução da totalidade do valor do subsídio de mobilidade. Não sendo possível a sua devolução ao Estado português, este será entregue a instituições sociais da Madeira”.

Além dos deputados que confirmaram ter recebido a compensação – Carlos César, Lara Martinho, João Azevedo Castro, Luís Vilhena e Carlos Pereira do PS, Paulo Neves do PSD e José Paulino de Ascensão, do BE -, havia ainda quatro que optaram pelo silêncio.

Agora, Sara Madruga, do PSD, que inicialmente tinha optado por não responder se tinha usado a dupla compensação, assumiu ter pedido o reembolso algumas vezes, mas prometeu devolver “por uma questão de consciência”, conta o semanário.

Em comunicado, a deputada disse ter tido sempre dúvidas sobre o acerto de acumular subsídio com as ajudas de custo, já que a Assembleia paga 500 euros por semana para viagens de avião em classe económica. “Não tive a prática regular de receber o subsídio de mobilidade de todas as viagens que realizei” e até admite que a acumulação seja “eticamente questionável”.

Antes disso, os sociais-democratas pediram parecer à subcomissão de Ética da Assembleia da República para apurar a legalidade da situação. “Por uma questão de consciência decidi, ainda antes de saber o resultado do parecer, devolver as verbas recebidas”.

Sara Madruga da Costa acrescenta ainda que esta é uma boa altura para rever a forma como são atribuídas as ajudas de custos aos deputados das ilhas, mas deixa claro que todas as semanas viaja para a Madeira, onde reside de facto, onde vive o marido e a família.

Na Madeira, as viagens acima 86 euros, ou 65 para estudantes, são reembolsadas nos CTT até ao limite máximo de 400. Nos Açores é acima de 134, ou 99 para estudantes, sem limite máximo.

Luís Vilhena só deixa cargo se a prática for considerada ilegal e responsabiliza Assembleia

O deputado Luís Vilhena, do PS, que integra o grupo dos sete deputados que, desde o início, assumiu receber a dupla compensação pelas viagens ao continente, garantindo, no entanto, que se tratava de uma prática legal, assume à Visão que só deixará o cargo de deputado, caso a prática venha a ser considerada ilegal pela Comissão de Ética, o que não deverá acontecer.

De acordo com a revista, esta é uma questão que se coloca mais no plano ético e, quanto a isso, o parlamentar madeirense não tem qualquer dúvida de que não há, na sua conduta, nenhum elemento condenável.

Não vejo que eticamente esteja a cometer alguma falha. Admito que os deputados insulares do PS venham a tomar uma posição conjunta sobre o caso, mas a título pessoal a única coisa que farei, por enquanto, será escrever uma carta à Comissão de Ética e à Administração da Assembleia da República a perguntar se esta prática não cumpre a lei”, reagiu.

Vilhena justifica que não e possa acusar os beneficiados de falta de ética prende-se com o facto de as viagens, “porque têm de ser marcadas em cima da hora“, ficarem muito caras, não bastando “por vezes o subsídio de deslocação”.

Segundo o deputado do PS, em alguns meses, saem “a ganhar” e noutros saíam a perder, “se não existisse o segundo reembolso.” O arquiteto deixa ainda uma crítica à própria Assembleia da República: “se há o entendimento de que a prática não é correta, devia ter sido avisado pelo Parlamento“. Assim, considera o socialista, se houver alguma irregularidade no recebimento duplicado, a AR também deve ser responsabilizada.

ZAP //

12 Comments

  1. Não fosse psd para não se demitir!O vencimento deveria ser como noutros países o único e já demasiado rendimento a que deveriam ter direito!Já há muito que isso é exigido pelos portugueses, mas atenção sem aumentos de forma a incluir os atuais subsídios que não fazem qualquer sentido!!!

  2. Não se devem demitir, essa tarefa cabe a quem está a cima deles, demitir todos os parlamentares que são apanhados a praticar ilegalidades e a lesar o estado, como é o caso!
    Se o parecer da comissão de ética for favorável a situações destas considerando o comportamento legal, deve deixar de existir, não faz sentido a existência de uma comissão de ética sem ética.
    Com toda a certeza não vão continuar membros parlamentares, a menos que todos os membros do parlamento se revejam nesta situação e acredito que ainda não chegámos a esse ponto…!!!???.

  3. E aqui está a grande diferença entre os partidos do arco do poder e dos outros. O bloco de esquerda, correu com o deputado que andou a roubar os portugueses, o psd vai compactuar com esta ladra.
    Os portugueses têm de aprender que não podem mais eleger o ps, nem o psd.

    • Será que correu ou é apenas mais um filme? São todos iguais da direita à esquerda quando o mealheiro está a jeito toca a aproveitar e, quando são descoberto, saiem como cordeiros! No arco andam todos.

  4. Está tudo resolvido. O ferroso rodrigues já absolveu essa corja toda e diz que não houve nenhuma irregularidade. Diz que sempre assim foi e que há uma comissão de ética. É preciso ter lata…!!

  5. Esta gente só tem um nome que por sinal é uma palavra sinónima de Politico ou mesmo deputado “Ladrões”
    Se um pobre receber um cêntimo a mais do estado tem de o pagar ou sobre as consequências ameaças de penhoras, penhoras… etc. É uma tristeza estes Ladrões que não têm outro nome dizem que é normal receberem por viagem nunca realizadas… ou seja pedem algo a que sabem que não têm direito! Cadeia com eles no mínimo…
    Esto é apenas a ponta de um béu muito negro de roubos, falcatruas e muito mais a que a nossa classe política está habituada a realizar todos os dias…
    Ladroes cadeia com estes políticos peço desculpas ladrões…

  6. A Sra deputada abandona o barco agora, e depois de abandonar,.. e só anos depois, vem achar que é uma boa altura para rever a lei, isto é, quando um jornaleiro de rotina, (por maldade ou ignorancia da lei) lhe mete medo e aproveita um buraco da própria lei para acusar deputados e preparar um artigo para vender. A Sra deputada acobardou-se e ficou com medo de perder o tacho,… e até abandonou o barco que durante muito tempo navegou com os seus colegas deputados. Tal é o receio, … penaliza-se não olhando a meios e devolve a dobrar. Só agora ganhou sentido do buraco legislativo que estava farta de conhecer e apoiar. Muito mal Sra deputada, digamos que até infantil.

  7. Eu também não me demitia, porque arranjar outro emprego não é fácil, a não ser limpar escadas, só que o ordenado é mais baixo penso eu.

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