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Depois de afastar Neeleman e Pedrosa, Estado volta a ter TAP nas mãos

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Há poucas semanas, ter a TAP não mãos não era um cenário equacionado. Esta semana, o Governo anunciou que a ajuda intercalar de 462 milhões de euros, já aprovada por Bruxelas, iria afinal transformar-se num aumento de capital da TAP, SA, e que, nesse âmbito, o Estado passaria a deter 92% da transportadora.

A participação de Humberto Pedrosa caiu de 22,5% para menos de 2% de uma só rajada. O Expresso salienta que não era de todo imprevisível, até porque se sabia que o empresário não tinha músculo financeiro para competir com o Estado português.

Depois de David Neeleman, e com esta queda abrupta de Pedrosa, os acionistas privados desaparecem praticamente da companhia aérea. Assim, o Estado passa a sua participação para a TAP, SA — a parte operacional da companhia, onde estão os aviões, os slots e os trabalhadores e que teve resultados positivos em 2019.

Na TAP SGPS ficam os outros negó­cios da transportadora, alguns deles problemáticos, como é o caso da empresa de manutenção no Brasil, a VEM. É também na SGPS que está a Cateringpor e a Groundforce, ambas em dificuldade por causa da pandemia.

Com o Estado ao leme, o futuro de Pedrosa é incerto. Manter-se-á na transportadora ou será apenas uma questão de tempo até deixar de vez o capital?

O Estado afastou o capital privado, mas o semanário salienta que o fez sem que o Governo tenha esclarecido se o Estado tem um plano de saída do capital da TAP ou se o objetivo é manter a empresa pública por tempo indeterminado.

Os países que, no âmbito da pandemia, estão a entrar nas chamadas companhias aéreas de bandeira têm um plano de saída.

As Finanças, a quem cabe o papel de gerir as injeções de capital na TAP, terão ainda de desenhar o plano de devolução do empréstimo de 1,2 mil milhões de euros ao Estado, nas contas da companhia desde 2020. Uma das hipóteses seria um aumento de capital, uma operação que libertaria a transportadora de devolver o capital.

Para já, a TAP navega num mar de incerteza e é David Neeleman quem já voa. O empresário anunciou que a sua nova companhia, a Breeze Airways, vai começar a voar já no final de maio.

ZAP //

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