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A dança das cadeiras de Boris está a ser interpretada como uma preparação das próximas eleições

number10gov / Flickr

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson

A remodelação governamental que Boris Johnson levou a cabo esta quarta-feira está a ser lida como uma preparação para as próximas eleições, ainda que o calendário político não exija uma ida às urnas antes de 2024.

Boris Johnson disse, esta quarta-feira, que “o Governo que nomeei trabalhará incansavelmente para unir e nivelar por cima todo o país”. “Vamos reconstruir melhor após a pandemia e cumprir as vossas prioridades”, acrescentou o primeiro-ministro britânico, citado pelo Expresso.

As sondagens colocam-no à frente do trabalhista Keir Starmer desde as eleições de dezembro de 2019. É também desde essa data que o governante mantém a seu favor uma confortável maioria no parlamento britânico, com o seu Executivo praticamente intacto – até agora.

Nos últimos meses, o Governo de Boris Johnson tem vindo a acusar algum desgaste, devido aos problemas nas cadeias de abastecimento e à crise no Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS). Na semana passada, o primeiro-ministro anunciou o maior aumento de impostos dos últimos 70 anos, o que lhe valeu críticas, até dentro do próprio partido.

Por estar preocupado com os desenvolvimentos mais recentes, a mexida profunda no Governo do Reino Unido está a ser lida no país como preparação das próximas eleições, escreve o semanário.

Apesar de o calendário político não exigir uma ida às urnas antes de 2024, Boris estará a pensar num combate antecipado e mexeu na equipa a tempo da convenção anual do Partido Conservador, que acontece no final deste mês.

Os expulsos do Executivo são Gavin Williamson (Educação); Robert Jenrick (Habitação); e Robert Buckland (Justiça).

A pasta da Educação passa para as mãos de Nadhim Zahaw, até agora responsável pela vacinação contra a covid-19; a da Habitação para Michael Gove, secretário de Estado do Conselho de Ministros; e a da Justiça para Dominic Raab, que perde a pasta do Ministério dos Negócios Estrangeiros e passa a ter o título oficial de vice-primeiro-ministro.

Para o seu lugar passa a atual ministra do Comércio Internacional, Liz Truss, que se tem destacado na negociação de acordos pós-Brexit, pelo que a transferência é considerada pelos analistas como uma promoção.

ZAP //

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