O grupo jihadista Daesh está a reorganizar as suas células no Iraque e continua a ser uma ameaça global, em particular depois de se converter numa rede clandestina, advertiram na segunda-feira as Nações Unidas.
De acordo com o Público, que cita a agência Lusa, apesar de ter perdido praticamente todo o território que controlava nos seus bastiões no Médio Oriente, o Daesh é “a maior ameaça terrorista internacional” e a organização que garante mais recursos.
O alerta foi emitido por Dian Triansyah Djani, embaixador da Indonésia na Organização das Nações Unidas (ONU) e presidente do comité do Conselho de Segurança que vigia as sanções impostas ao grupo jihadista.
No decurso de uma apresentação aos membros do Conselho de Segurança, explicou que prossegue a transformação do Daesh numa “rede encoberta global”, num processo que está mais adiantado no Iraque que na Síria.
“No Iraque, o Daesh começou a organizar células nas províncias e atualmente garante um saldo positivo de combatentes na Síria para reforçar a rede emergente no Iraque”, assinalou o responsável.
Segundo o comité, caso o grupo consiga o seu objetivo de sobreviver e ressurgir nos seus bastiões no Médio Oriente, é provável que volte a centrar-se na organização de operações no exterior. De momento, segundo Dian Triansyah Djani, “o núcleo do Daesh carece da força necessária para levar a cabo ataques internacionais coordenados”.
A ONU tem advertido desde há alguns meses que o Daesh, apesar das derrotas militares que sofreu na Síria e no Iraque, continua a ser uma ameaça a nível global.
Em paralelo, a Al-Qaida, também acompanhada pelo mesmo comité do Conselho de Segurança, “continua ativa em muitas regiões e mantém a ambição de projetar-se mais internacionalmente”, acrescentou o embaixador da Indonésia.
Dian Triansyah Djani advertiu sobre o risco de que a rede fundada por Osama bin Laden possa beneficiar dos problemas do Daesh para se reforçar e efetuar os seus próprios grandes ataques terroristas.
Como referiu, os especialistas consideram ser possível que os combatentes estrangeiros que nos últimos anos estiveram integrados no Daesh passem agora para filiais da Al-Qaida nas zonas onde este grupo é dominante.