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Folhas de Camellia sinensis – a planta do chá
No mundo inteiro só existem quatro chás – chá preto, chá branco, chá verde e chá oolong (vermelho) – e pertencem todos à planta Camellia sinensis. Tudo o resto a que chamamos chá não é chá.
Chá preto, chá branco, chá verde e chá vermelho: são os únicos chás do mundo.
Tudo o resto, que vulgarmente designamos como chás (tília, camomila, cidreira, limão, etc.), na verdade, são infusões.
Como escreve Miguel Esteves Cardoso na crónica “Chá sem ser de chá”, o povo português tem a peculiaridade de ter ensinado os ingleses a beber chá, mas, na realidade, não sabe distinguir o que é um chá.
“É das coisas mais tristes – para nós, portugueses, que ensinámos os ingleses a beber chá, quando a pobre Catarina de Bragança casou com o sacana do Carlos II da Inglaterra – que chamemos chá a infusões de plantas que nada têm a ver com a planta do chá”, lamenta.
O cronista explica – e bem – que só se chama realmente chá ao que vem da planta do chá. O resto são infusões – que não têm relação com a Camellia sinensis.
Como explica a Infusões com História, além de só se considerarem chás as bebidas provenientes e feitas através da Camellia sinensis, também existe outra grande diferença entre as Infusões e os Chás: a presença de teína.
A teína – composto da luteína – é um estimulante semelhante à cafeína.
Pelo contrário, todas as bebidas, que são feitas através da imersão de ervas ou plantas em água quente e não integram a Camellia sinensis na sua composição, são consideradas infusões.
As infusões podem ser feitas das mais variadas formas e feitíos – desde folhas, raízes, sementes, flores ou plantas inteiras, quer frescas ou secas.
Ainda bem que o Miguel Esteves Cardoso explicou porque senão ninguém sabia.
Faz parte do vernáculo popular.
Também há quem chame ao Miguel Esteves Cardoso uma pessoa inteligente, mas lá está; é extrapolação.