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Crítico de Marta Temido, Adalberto Campos Fernandes vai liderar estudo “sem sectarismos” sobre o SNS

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Manuel de Almeida / Lusa

O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes

O Conselho Económico e Social (CES) vai dedicar-se este ano a dois grandes estudos, que serão coordenados pelo militante social-democrata Fernando Alexandre e o ex-ministro socialista crítico do Governo Adalberto Campos Fernandes.

De acordo com o semanário Expresso, que ouviu o presidente do Conselho Económico e Social (CES) e o ex-eurodeputado do PS, Francisco Assis, Fernando Alexandre, ex-secretário de Estado do PSD na Administração Interna e professor de Economia será o responsável pela “discussão sobre o crescimento da economia e a produtividade”.

“Será uma ampla discussão ouvindo todas as correntes de opinião sobre porque é que Portugal cresce tão pouco, projetado para depois da pandemia”, explicou Assis.

Adalberto Campos Fernandes, que foi o primeiro a tutelar a pasta da Saúde nos Governos de António Costa e que tem sido crítico da atual ministra Marta Temido, vai coordenar estudo sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Pedi a Adalberto Campos Fernandes para ser ele a coordenar. Temos oito conselheiros do setor da saúde, é muita gente a pensar e ele próprio tem uma grande experiência teórica e pratica”, afirmou o presidente do CES, acrescentado que pretende um “debate sobre saúde, partindo do que está balizado na Constituição”, ou seja, um sistema universal e tendencialmente gratuito, “mas sem qualquer limitação em abordar o assunto”.

Para Assis, o facto de muitas pessoas de “classe média e média baixa terem seguros de saúde, mostra alguma desconfiança sobre SNS” e merece reflexão. O ex-eurodeputado espera uma reflexão “aberta à realidade” e “sem sectarismos”, com “componentes ideológicas diversas, mas que fuja do confronto entre os supostos defensores a todo o transe do SNS e os adversários mais radicais contra o Serviço Nacional de Saúde”.

O facto de Portugal ser um dos países mais pobres da Europa e com mais oferta pública e ser dos que gasta maior percentagem do PIB com a saúde privada – 28% contra 16% da Dinamarca, 22% da Irlanda ou 18% de Espanha – será um dos pontos de reflexão.

“Isto significa que alguma coisa já estava a funcionar mal. Evitou-se a rutura, mas não podemos fechar os olhos à realidade”, concluiu Assis.

Maria Campos, ZAP //

 

 

1 Comment

  1. Só que me parece que, pelo que me foi dado observar pelo seu comportamento durante a pandemia, Adalberto não estará assim tão preocupado com os 28% do PIB para os privados (esta quantia faz muita falta ao SNS!). Daí a sua malapata com a ministra que desde o início do seu mandato fez questão de marcar bem a sua posição a favor do SNS. Tenho dúvidas em relação a esta escolha uma vez que o sr Adalberto já está pressioná-la para deixar a “retórica ideológica”. A ministra é ela!! Ele já foi e não teria permitido que ela lhe tivesse falado assim. Acho de muito mau gosto esta observação e não sei se o ministério da saúde fosse liderado por um homem se o sr. Adalberto teria usado o mesmo tom e o mesmo discurso!!

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