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Cristas percebeu o sinal. Prepara-se para arregaçar as mangas e mudar de estratégia

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António Pedro Santos / EPA

Assunção Cristas percebeu a mensagem: eleitores não querem a carga ideológica da direita conservadora e preferem soluções concretas. A líder do CDS-PP está pronta para começar já a apresentar propostas.

“Compreendemos o sinal que os eleitores nos quiseram dar”, disse Assunção Cristas, dando a entender que a estratégia de Nuno Melo, de agarrar o eleitorado da direita conservadora com um discurso carregado de ideologia, foi chumbada nas urnas e que agora é tempo de largar esse caminho.

Cristas vai agarrar-se ao facto de ser mais à esquerda que o seu cabeça-de-lista para as europeias. Com Melo em Bruxelas, Cristas fica em terras lusas a virar a página e retoma “missão São Bento”. Prova disso, adianta o Observador, são as jornadas parlamentares do CDS, marcadas para 3 e 4 de junho, que vão ser dedicadas ao tema da Saúde e onde deverão já constar propostas do CDS que serão incluídas no programa eleitoral.

Estamos já de mangas arregaçadas para outubro“, garantiu a líder centrista numa publicação no Facebook. Resta saber se o prazo que lhe resta (neste caso, até outubro) é suficiente para recuperar da derrota pesada que sofreu no passado domingo.

O Observador falou com algumas fontes, e uma especialmente conhecedora da estratégia do partido referiu que “o ponto de partida agora ficou mais difícil, mais exigente, porque já não partimos de uma base de 18 deputados, mas partimos de uma base de 6% nas urnas”.

Apesar de um caminho mais árduo pela frente, o rumo é retomar o discurso pré-europeias. Estas eleições são encaradas como uma espécie de interrupção onde veio à tona uma veia do CDS mais conservadora, com um discurso securitário, alarmista e ideologicamente demarcado, que acabou mesmo por ser chumbada nas urnas.

Agora, com Nuno Melo em Bruxelas, é preciso recentrar: “somos da direita democrática, sim, mas devemos voltar a pôr o foco na resolução dos problemas concretos das pessoas”, afirmou uma fonte da direção.

A estratégia baseia-se, assim, em provar ao próprio partido que os eleitores chumbaram nas urnas o “CDS do Melo”, e que por isso é melhor apostar noutro CDS em campanha, talvez o “do Adolfo” ou “o de Cristas”, menos conservador, mais liberal e democrata-cristão.

Esta quinta-feira, o Conselho Nacional do CDS reúne para avaliar os resultados das eleições e aprovar as contas do partido, uma reunião que é também apontada como uma oportunidade para começar a convencer a estrutura da nova estratégia.

ZAP //

3 Comments

  1. A drª Cristas é uma mulher de perfil sensual, o que não tem nada de mal nem de errado e quer simplesmente dizer que ela gosta e goza da boa comida, da boa bebida e da boa cama. Para fazer politica não tem jeito e, menos ainda, aquele dr. Melo que, quando fala, tem tiques de extremismo, embora não saiba sequer como se lança uma cana ao rio para pescar um peixe (quando os havia). Tudo para dizer que ambos deviam deixar o CDS em paz pois não são boas figuras para lhe levantar a moral e o voto. E tudo isto ainda para dizer que nós precisamos de um partido de direita, mas de uma direita consistente, capaz de ser uma alternativa à social democracia e às diversas esquerdas, que têm estragado a Europa e, com ela, o planeta inteiro. E ser de direita é recuperar o PORTUGAL TRADICIONAL depois de crivado no que teve e tem de espúrio, amante do ruralismo como eixo do sentido de uma vida feliz e não do urbanismo, como fonte de depressão e de angústia, de apatia, de suicídio e de viver por viver, do sem sentido. E nada disto é incompatível com a 4ª revolução industrial, que bem pode ter os seus pólos nas profundezas do distrito de Viseu, da Guarda ou de Bragança, com vantagens de todo o tipo. Se não for o CDS há-de ser um outro partido a criar, para pugnar por tudo isto.

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