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“Fim de um ciclo”. Cristas espera “desfolhada” da esquerda nas eleições

Rodrigo Antunes/ Lusa

A presidente do Partido Popular (CDS/PP), Assunção Cristas

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, participou esta terça-feira numa desfolhada do milho em Ponte de Lima, Viana do Castelo, e espera que as legislativas também sejam “uma desfolhada” para o ciclo de esquerda em Portugal.

Durante quase meia hora, Cristas tirou as espigas de um monte de milho, animada por dois ranchos folclóricos a tocar o vira minhoto e, no final, também dançou, num jantar de campanha nos arredores de Ponte de Lima.

O milho chegou numa carroça de madeira puxada por duas vacas engalanadas e, ao grito de “vira milho”, vários homens tombaram as canas para uma eira improvisada.

Divertida, a presidente do CDS ia acompanhando o vira cantado pelo rancho, enquanto fazia a desfolhada, retirava as maçarocas das canas e atirava-as para um cesto, no meio de grande algazarra. Apesar do clima de festa minhota, Assunção Cristas fez uma analogia política com as eleições legislativas de 6 de outubro e com aquilo que representa a desfolhada – o fim do ciclo da cultura do milho.

“Estas eleições ainda estão nos `finalmentes’, ainda não chegámos lá. Eu espero que [as legislativas] representem um fim de um ciclo de esquerda e que se possa dar inicio de um ciclo de centro e de direita em prol de muitas coisas, mas também da agricultura e do mundo rural”, afirmou a líder centrista.

Durante a ação de campanha, conta o jornal Observador, alguém partiu para a provocação ao ver animais: “Atenção ao PAN”, disse um dos participantes. A resposta da líder não tardou: “O PAN aqui não entra. Alguém tem de defender o mundo rural“, atirou.

Apelo ao voto contra o PS

Num comício ao fim da noite, Cristas fez um apelo ao voto no partido como “vozes alternativas” às do PS e do PSD e às “da esquerda radical”, que “são uma ameaça”. A líder apelou aos presentes para trabalharem até sexta-feira para trazer “mais um ou dois votos”.

Dando como exemplo o círculo de Viana do Castelo, onde se encontrava a fazer campanha, a líder disse que a alternativa é eleger Filipe Anacoreta Correia ou “alguém da esquerda radical” ou “as mesmas vozes do PS e do PSD”.

A três dias do final da campanha, pediu mobilização de militantes e simpatizantes: “Não basta votar em nós, tragam mais um ou dois, precisamos de todos os votos”.

A minha força está nas vossas mãos, está na força que derem a esta lista. Se tivermos os vossos votos, podemos falar mais alto, na governação e na oposição”, afirmou ainda numa noite que “não é para grandes discursos”, mas sim “para bailaricos”.

ZAP // Lusa

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