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“Geringonça à direita”. Rio admite com o PSD a mandar e Cristas só não quer Ventura

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Rui Rio e Assunção Cristas abrem a porta a uma “geringonça à direita” depois das eleições legislativas. O presidente do PSD só exige que essa eventual aliança seja liderada pelo PSD. Já a presidente do CDS-PP exclui de uma eventual união entre os partidos do centro-direita o Chega, liderado por André Ventura.

Foi Assunção Cristas quem deu o mote para uma possível “geringonça à direita” depois das eleições legislativas de 6 de Outubro. A presidente do CDS-PP admitiu ser “perfeitamente possível” e “desejável” os partidos do centro-direita conversarem no sentido de uma aliança.

“Sempre disse que, para termos 116 deputados de maioria, faria sentido, depois das eleições, ter uma coligação com aqueles que elegerem. Devo dizer que desses todos, parece-me que há um que está a mais, que é o Basta, mas com os outros todos acho que é perfeitamente possível conversarmos, e desejável”, afirmou Assunção Cristas, referindo-se ao partido Chega de André Ventura que, nas europeias, encabeçou a coligação Basta.

Cristas falava em resposta a uma pergunta de um espetador da TVI24, no programa “Tenho uma pergunta para si”, colocada por escrito, questionando: “O que é que acha de uma geringonça à direita com PSD, o CDS, a Aliança, o Chega e a Iniciativa Liberal?”

“Aquilo que existe agora à esquerda, um dia, agora, em 2019, pode acontecer no espaço político do centro-direita”, respondeu Assunção Cristas.

Em reacção a estas declarações, Rui Rio admite que uma coligação “à direita” é possível. “Haverá um resultado eleitoral e depois logo se vê”, apontou em Guimarães, sublinhando que essa eventual união terá, contudo, que ser liderada pelo PSD.

“A alternativa de liderança de um Governo em Portugal, àquele que existe, alternativa de liderança, de primeiro-ministro, a única alternativa a António Costa sou eu“, afirmou.

Rio também aproveitou para lançar uma farpa à “geringonça” de esquerda que está actualmente no Governo. “Seguramente, à direita, se liderada por mim, nunca haverá uma ‘geringonça’ montada à pressa e de qualquer maneira só para se conseguir o poder, terá uma uniformidade fundamental que com o CDS sempre existiu”, sublinhou.

O líder dos sociais-democratas refere ainda que o CDS é “obviamente, o parceiro natural do PSD quando precisa de um outro partido para fazer uma maioria parlamentar”.

As declarações de Rio surgiram no âmbito do roteiro do Património, uma das áreas que deve ser abrangida pela descentralização, segundo o ex-presidente da Câmara do Porto.

“Eu entendo que, no quadro da descentralização de competências, devemos perseguir o princípio da proximidade, não quer dizer que seja sempre possível, mas sempre que possível. As câmaras têm condições muito melhores para cuidarem do património do que o Ministério da Cultura, que está muito mais longe”, apontou.

Cristas fala num “despacho desastroso”

Durante a participação no programa da TVI24, Assunção Cristas recusou que ela própria e o CDS tenham estado “de férias” durante a greve dos motoristas de matérias perigosas, referindo que os centristas tiveram intervenção, embora sem o protagonismo da líder, agindo em equipa.

Assunção Cristas sublinhou que, desde a Páscoa, quando os motoristas de matérias perigosas realizaram um primeiro protesto, o CDS tem vindo a defender uma atualização da lei dos serviços mínimos.

“Chegámos a agosto, tivemos mais uma greve e o Governo aproveitou-a para ter um grande protagonismo. Nós não achámos útil estar a aparecer aí, eu, porque outros apareceram. O CDS esteve presente, e esteve presente a falar dos serviços mínimos e a falar da necessidade de rever a lei da greve. Felizmente, o partido não é de uma pessoa apenas, é de uma equipa e ela esteve muitíssimo presente”, declarou.

No programa da TVI e da TVI24, em que foi questionada quer por jornalistas, quer através de perguntas de cidadãos, mas também por representantes de sindicatos e associações, a presidente do CDS recusou quantificar um resultado eleitoral nas eleições legislativas de 06 de outubro que constitua um “patamar de sobrevivência” à sua liderança.

Apesar de falar em ambição, Cristas também dramatizou: “Sabemos o que estamos a combater. Estamos a combater uma maioria de dois terços à esquerda, uma maioria de revisão constitucional, de mudança de juízes do Tribunal Constitucional, de nomeação de cargos da justiça”, disse.

Sobre o despacho à lei da identidade de género, a presidente do CDS rejeitou que o partido tenha contribuído para criar “ruído” sobre a matéria, e, confrontada pela jornalista Constança Cunha e Sá, não se pronunciou sobre posturas que dirigentes centristas tiveram nas redes sociais, como a divulgação de material pornográfico para ilustrar publicações, ou o truncar do conteúdo do despacho pelo presidente da Juventude Popular.

“Achamos que este despacho criou grande ruído e que a forma de tratar estas situações é entre os pais, as crianças, as escolas, na intimidade, e na discrição em que estas situações devem ser tratadas”, disse, reiterando uma posição assumida na segunda-feira.

Assunção Cristas sublinhou também a importância da autonomia das escolas: “Faz-me um bocadinho de impressão de que haja um despacho da 5 de Outubro a tratar de uma situação que tem a ver com 200 crianças”.

“A autonomia das escolas serve para isso“, declarou, considerando que se tratou de um “despacho desastroso” e dizendo que, para o CDS, “é essencial que todas as crianças tenham tranquilidade e tenham a sua situação tratada entre pais, escola e professores”.

ZAP // Lusa

10 Comments

  1. ahahahahahhaahahhaahahahahahahahahah
    esta cristas borrega é mm cómica, o CDS está quase ao nível de um PAN…
    O CDS MORREU, resigne-se e deixe o poleiro!

  2. Muito importante aquilo que se lê: MAS SÓ DEPOIS DAS ELEIÇÕES CONSOANTE OS RESULTADOS!! Como fez o Passos Coelho com o CDS antes desta geringonça e o Costa com o BE e PCP presentemente, ou seja, afinal de que serve votar num partido? Assim sendo faziam todas as coligações antes e nas listas a voto apareceriam só 3 ou 4 “emblemas” em quem votar! Democracia no seu melhor quando a credibilidade dos “nossos” políticos está de rastos.

  3. A aberração natural criada por costa e catarina levou a que se acredite que não vale ir a eleições, bastando à mesa de café arranjar uma golpada como aconteceu. A democracia morreu com este golpe PALACIANO autenticado por C.Silva. Quanto ao comentário da senhora?, não tem nada de nada, tão somente ódio, rancor, e pouca educação.

    • Não existe nenhuma “aberração natural”, mas sim uma coligação, que surgiu, como alternativa ao Governo anterior..Embora nunca tenha sido experimentada, até tem corrido bem… A nossa Democracia nunca morrerá sempre que haja alternativas políticas e de Governo…

  4. Dona crista, acha que a cangalhada da direita que referiu, chega, sem o Chega, a atingir sequer 100 assentos parlamentares. A senhora precisa de descansar, anda muito “estressada”

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