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Cravinho nega “catástrofe” na Marinha e “turbulência” nas Forças Armadas

Mário Cruz / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho

O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, negou que a Marinha esteja à beira da “catástrofe” e recusou que houvesse “turbulência” nas Forças Armadas e nas atuais chefias, contrariando a descrição feita por antigos chefes do Estado-Maior da Armada.

Em entrevista à RTP, o ministro indicou que entre os oficiais jovens há maior “aceitação” da sua reforma do comando superior – que concentra poderes no chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMGFA).

Sobre a necessidade da concentração do comando dos assuntos militares no CEMGFA, referiu que o que se está a fazer é “fechar um ciclo de reformas” que “tinha de acontecer”. O objetivo é dar “o comando único de tudo o que seja militar ao CEMGFA”, ficando os ramos militarmente subordinados, mas não em questões administrativas ou orçamentais.

As missões atuais, justificou, “exigem interoperabilidade e colaboração entre os diferentes ramos, o que é mais fácil com um comando único”, acrescentando: “Não tem sido possível pensar o futuro das nossas Forças Armadas enquanto tal, porque cada um dos ramos funciona com a sua lógica, energia e pulsões”.

Embora não tenha ficado surpreendido com as críticas do “Grupo dos 28” ex-chefes militares – por ser uma instituição “avessa a mudanças” -, disse que o ficou com a insinuação de que havia “interesses” nos negócios de compra de equipamentos militares e de imobiliário. “Não sei o que é essa coisa, mas parece-me completamente descabido, esta reforma não tem nada a ver com o mundo dos negócios, antes pelo contrário”.

Quanto às deficiências da Marinha de Guerra, desvalorizou o facto de só uma das cinco fragatas estar neste momento a navegar. “São meios complexos, que têm ciclos longos de manutenção programada. E nunca tivemos as cinco disponíveis”, disse, destacando a encomenda de mais seis Navios de Patrulha Oceânicos anunciada a semana passada.

João Gomes Cravinho, concordou, contudo, que a falta de um navio reabastecedor, após o abate do “Bérrio”. Confrontado com a notícia do Expresso de que sem este meio seria impossível a Portugal realizar uma operação de resgate como na Guiné-Bissau em 1998,  assumiu que o país não tem essa autonomia.

“Há discussões com países aliados para colmatar esse problema em caso de necessidade”, apontou, esclarecendo que é necessário refazer as prioridades para que se possa gastar entre 150 e 180 milhões de euros num novo navio fornecedor de combustível.

Taísa Pagno //

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