O Infarmed assegurou, na terça-feira, estar a acompanhar todos os esforços nacionais e internacionais para o desenvolvimento de potenciais tratamentos e vacinas para a covid-19, mas insistiu que nenhum fármaco provou ainda a sua eficácia no combate à doença.
“À data, existem várias iniciativas que estão a decorrer, relativas a potenciais tratamentos da covid-19. Contudo, à presente data e mediante os dados preliminares, nenhum medicamento se demonstrou ainda eficaz no tratamento da covid-19”, pode ler-se no comunicado divulgado pela autoridade do medicamento.
Sublinhando a importância da “sinergia de esforços, cooperação internacional e medidas de suporte para as empresas”, o Infarmed referiu que está “em articulação” permanente com a Agência Europeia do Medicamento (EMA).
Numa nota de imprensa igualmente publicada hoje, o organismo europeu revelou ter colocado o combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus “no topo das prioridades”, além de estar actualmente a acompanhar diversas empresas no “desenvolvimento de cerca de 40 opções terapêuticas”.
Em relação às possíveis terapêuticas sobre as quais já decorrem ensaios clínicos, o Infarmed destacou as seguintes: remdesivir (medicamento experimental utilizado na infeção pelo vírus Ébola), lopinavir/ritonavir (associação autorizada para o tratamento da infeção pelo VIH), cloroquina e hidroxicloroquina (autorizados a nível nacional como tratamentos para a malária e algumas doenças autoimunes), interferões sistémicos, nomeadamente o interferão beta (autorizado para a esclerose múltipla); e anticorpos monoclonais.
Por outro lado, a autoridade nacional do medicamento e produtos de saúde reconheceu que “estão já a decorrer ensaios clínicos de fase I para duas vacinas”, embora tenha admitido ser “complexo” uma aprovação rápida para fazer face à actual pandemia.
“Com base na experiência do desenvolvimento de outras vacinas, considera-se que todo o processo demorará pelo menos um ano até que uma vacina para covid-19 possa estar preparada para a aprovação e disponível em quantidades suficientes para garantir uma utilização em larga escala”, refere o Infarmed.
// Lusa