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A COVID está a matar mais em Portugal. “É preciso uma atitude diferente”

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Mais de 100 mortos só nas últimas semanas, número duplica a cada mês. Não há acesso fácil ao tratamento com fármacos.

A escala não é comparável ao que se verificava em 2020 e em 2021. Mas a COVID-19 está de volta a Portugal, está a matar mais pessoas no país ao longo deste ano.

Só ao longo das últimas semanas, entre o início de Julho e o dia 10 de Agosto, foram registadas 121 mortes relacionadas com o coronavírus.

no dia 5 de Agosto morreram 11 pessoas – o número mais alto de óbitos em 24 horas desde Julho do ano passado.

O pneumologista Filipe Froes – que coordenou o gabinete de crise da Ordem dos Médicos para a pandemia – fez contas e reparou que, desde Março deste ano, o número de óbitos relacionados com a COVID-19 está a duplicar a cada mês que passa.

Por isso, é preciso mudar a atitude, ter outras prioridades: “Precisamos de ter atitudes proactivas e uma dessas atitudes mais importantes – e que já foi adoptada por diferentes países – é o rastreio das águas residuais“.

Mas há “outras coisas importantes a fazer”, continuou o especialista: “Estudar quem são estas pessoas que faleceram com COVID. Precisamos de saber a idade, os factores de risco e o estado vacinal”.

“Outra situação que me parece essencial é que, neste momento, a vacinação anti-COVID ainda não está no âmbito da prescrição médica”, acrescenta, na TSF.

Nesta altura, só as pessoas que estão englobadas nas normas da Direcção-Geral da Saúde podem ser vacinadas. Mas há “muitos outros doentes que querem ser vacinados, que têm outros factores de risco e não são vacinados”.

E depois há o problema do acesso ao tratamento: “O tratamento com os fármacos anti-virais também não é de fácil acesso e também devia ser de prescrição livre”.

Ainda sobre a vacinação, Filipe Froes deixa algumas perguntas: “Será que começar a vacinação em Setembro é a melhor opção para estas pessoas? Ou devíamos atrasar, ou adiantar neste caso, para Outubro? E será que não devíamos promover a prescrição médica da vacinação? E, sobretudo, incentivar a investigação no sentido de desenvolver vacinas com maior duração de protecção?”

Por outro lado, Bernardo Gomes, presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, assegura na Renascença que os novos valores não são “razões para preocupação”. 

Confirma que os profissionais de saúde repararam numa “carga adicional” ao longo das últimas semanas, mas “sem uma grande disrupção dos serviços”. O impacto “não é particularmente alto” e afecta “indivíduos mais vulneráveis“, assegura.

ZAP //

1 Comment

  1. deve ser culpa dos não vacinados… agora como já não está na agenda política europeia não há problema as pessoas morrerem disso…

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