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“Contágio entre gerações.” Infeções de covid-19 em idosos quase triplicaram entre a primeira e a segunda vaga

Sebastião Moreira / Lusa

Tal como todos os outros grupos etários, também os idosos com mais de 80 anos foram atingidos com maior intensidade nesta segunda vaga, em comparação com abril.

De acordo com o semanário Expresso, enquanto que na primeira onda se atingiu um máximo de 279 novas infeções por 100 mil pessoas com mais de 80 anos, agora rondam os 800 novos casos em duas semanas, quase três vezes mais, mostram os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Ainda assim, esta população está agora mais protegida do que na primeira vaga, altura em que este grupo etário foi aquele que registou maior número de casos diagnosticados por 100 mil pessoas. Esta tendência pode ser explicada pelo facto de os idosos terem maior risco de desenvolver doença e, por isso, terem sido testados e diagnosticados em maior número.

Em relação à taxa de letalidade, os idosos com mais de 80 anos registam a taxa mais elevada (13,4%), bastante acima da média nacional (1,5%).

Óscar Felgueiras, matemático e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, disse ao matutino que “a incidência entre as pessoas com mais de 80 anos subiu muito na região Norte”. “É das que têm aumentado mais. E também resulta de um contágio entre gerações.”

“Se a diminuição de casos não chegar aos idosos, o problema não fica resolvido porque a procura dos serviços de saúde não vai baixar”, avisou o especialista.

Já os idosos que têm entre 60 e 79 anos conseguiram proteger-se melhor do vírus. A par das crianças com menos de nove anos, foram o grupo que registou o menor número de casos por 100 mil habitantes nesta segunda onda. Os especialistas consideram que isso se deve à maior capacidade que esta população tem para se defender e proteger.

Pelo contrário, o grupo mais exposto durante a segunda vaga foi o dos jovens dos 20 aos 29 anos. A taxa de letalidade é de 0,009% e chegaram a ter 1.137 novos casos por 100 mil habitantes em novembro, mais de dez vezes acima dos casos identificados nestes jovens em abril.

ZAP //

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