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Covid: alívio na China já cria filas nos hospitais. País não está preparado para o que vem aí

Alex Plavevski/EPA

Propagação do coronavírus volta a atingir picos. China começa a alinhar-se com o resto do planeta mas desalinha-se internamente.

Os protestos constantes mudaram a postura do Governo chinês em relação à COVID-19.

A famosa política de ‘zero casos’ começou a ser aliviada na quarta-feira passada, com maior liberdade para os cidadãos.

Entre outras novidades, o isolamento para casos positivos agora é realizado em casa (era feito em instalações próprias), as aulas presenciais voltam às escolas sem surtos, já não é preciso apresentar teste negativo para entrar em locais públicos.

Já nesta segunda-feira foi desactivada a aplicação que controlava as viagens dos chineses.

No dia em que as primeiras medidas foram anunciadas, uma primeira consequência foi logo visível: o aumento na procura por bilhetes de avião.

Nesta segunda-feira outra consequência bem visível: as filas junto a hospitais para realizarem testes anti-COVID, relata a agência Reuters.

O alívio nas medidas já estará a deixar milhões de pessoas com sintomas (o país tem 1.4 mil milhões de habitantes), a propagação do coronavírus estará a atingir novo pico.

A China começa a alinhar-se com o resto do planeta mas desalinha-se internamente.

Os especialistas avisam que o país asiático não está preparado para dois aspectos que provavelmente se seguem, em breve: a nova onda de casos positivos que se adivinha (que vai pressionar um frágil sistema de saúde nacional) e a nova paralisação nos negócios, nas empresas.

Paralisação literal: já há fábricas quase sem trabalhadores – foram para casa, infectados pela COVID-19. Os distribuidores também têm menos funcionários e começam a falhar. As bolsas recuaram nesta segunda-feira.

Nesta altura (só nesta altura) muitos chineses começam a interiorizar a ideia de que não conseguem controlar a propagação do vírus e que, mais cedo ou mais tarde, num determinado momento vão mesmo contrair o coronavírus.

Os números oficiais até mostram uma descida no número de casos positivos, nos últimos dias – mas será consequência de menos testes, não de menos infecções.

ZAP //

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