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Covid-19 responsável por 1 em cada 9 mortes na última semana. “Estes números vão aumentar”

Giuseppe Lami / EPA

Depois do número de infetados começar a subir drasticamente, isso teve um forte impacto nos números totais da mortalidade no país, tendência que deve manter-se nas próximas semanas.

A mortalidade em Portugal atingiu números historicamente altos na última semana e desta vez o fator que mais contribuiu para isso foi covid-19.

Entre 29 de outubro e 4 de novembro foram registados 2.564 óbitos. Esta foi a semana em que a pandemia matou mais de três dezenas de pessoas diariamente, num patamar poucas vezes ultrapassado na primeira vaga. De acordo com os boletins da Direção-Geral da Saúde a covid-19 foi responsável por 299 óbitos, ou seja, 1 em cada 9 pessoas que morreu nesses dias foi derivado à doença provocada pelo novo coronavírus.

Em outras alturas já houve picos elevados de mortalidade em Portugal, mas nesta última semana a mortalidade em Portugal atingiu o número mais elevado alguma vez registado na última década.

Segundo o sistema de vigilância da mortalidade da DGS, desde 2009 o ano com mais mortes no período homólogo tinha sido 2019, com 2.149. Contudo, agora, em 2020, subiu para 2.564 (trata-se um aumento de +19,3%).

Em entrevista à TSF, Carla Nunes, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, acredita que o mais provável é que os números permaneçam muito elevados nas próximas semanas pois avançam, por norma, com atraso em relação ao número de contágios.

A especialista em saúde pública explica que “estes números vão aumentar e demora sempre duas a três semanas a existir qualquer consequência de uma ação ou de uma medida até chegar aos mortos, sendo que, ao dizer duas ou três semanas, estou a ser simpática pois pode ser mais”.

A professora refere que “as mortes que estão a subir são consequência das subidas que tivemos no número de casos há três semanas atrás, e infelizmente espera-se que, mesmo quando começarmos a achatar a curva, as mortes demorem um pouco a achatar e a diminuir. Primeiro achata-se a curva dos casos, depois, dos internamentos e, só depois, a curva das mortes”.

Na opinião da diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, os números de novos casos de covid-19 contados nos últimos dias revelam uma tendência que, pelo menos, não mantém a trajetória tão ascendente das semanas anteriores, podendo falar-se naquilo que parece ser uma desaceleração.

ZAP //

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