Costa aponta aumento de 2% nos salários. Imposto aos lucros extraordinários e apoio à habitação em aberto

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O primeiro-ministro António Costa garantiu na segunda-feira que “não há truque nas pensões” e admitiu um aumento de 2% nos salários da função pública em 2023, deixando ainda em aberto o imposto sobre lucros inesperados.

“Não há truque nenhum, nem de retórica nem de coisa nenhuma. Temos um suplemento extraordinário que pagamos em outubro. Tivemos, aliás, a transparência de dizer não só qual o suplemento extraordinário em outubro, como dizer desde já que apresentamos uma proposta à Assembleia da República com os aumentos para o próximo ano”, disse, em entrevista à TVI/CNN.

E continuou: “só em novembro é que se costuma anunciar o aumento das pensões do próximo ano”. O “apoio extraordinário” que os pensionistas vão receber em outubro e o aumento das pensões em 2023 será cumprida a lei do aumento das pensões, garantiu sobre o mesmo tema.

“A inflação para efeitos de pensões será de 7,10%. Temos de evitar que este ano absolutamente atípico se consolide como um efeito permanente porque isso põe em causa a sustentabilidade da Segurança Social”, justificou o primeiro-ministro.

Na sua opinião, nenhum pensionista vai receber menos do que o apoio de 125 euros que os contribuintes com rendimento mensal até 2700 euros brutos vão receber em outubro. “É um suplemento extraordinário e em que não há nenhuma pensão em que este suplemento extraordinário seja inferior a 125 euros”, sublinhou.

Ainda sobre à inflação, o Governo prevê que o ano feche com 7,4 %. “O combate contra a inflação” é dos “mais difíceis que existe”, notou o chefe do Executivo, por causa do equilíbrio entre dar os apoios e/ou aumentos necessários para as famílias, sem gerar mais inflação.

“O referencial que devemos ter é o de procurar chegar o mais rapidamente possível aos 2%” de inflação, que é o objetivo europeu. É uma referência [para os aumentos dos salários], mas não será o único dado a ter em conta”, afirmou.

De acordo com o governante, “é provável que venha a haver” um apoio no crédito à habitação, existindo “várias medidas possíveis” – como acordos entre a banca e os devedores, à semelhança do que aconteceu durante a pandemia.

Sobre a criação do imposto sobre os lucros excessivos e inesperados, que vários setores estão a ter devido à inflação, Costa disse: “não excluímos, nem decidimos”.

“Estamos a analisar a situação; se se justificar haverá medidas, se não se justificar, não haverá medidas”, afirmou, lembrando que Portugal já tem uma derrama para empresas com lucros muito elevados e uma contribuição extraordinária para as empresas de eletricidade.

Quanto à localização do novo aeroporto, acredita que as conversas com o líder do PSD, Luís Montenegro, “têm corrido bem” e que “muito brevemente” haverá condições para haver um entendimento sobre o estudo estratégico.

“A metodologia é muito importante aqui porque temos de chegar ao momento da decisão tendo todos os mesmos dados e tendo obtido esses dados de um modo que todos reconheçamos como válidos”, referiu Costa, que espera ter uma “decisão no final de 2023”, que “tenha o apoio deste governo, pelo menos do principal partido da oposição e, se possível, de todos os outros partidos”.

Quando à participação do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, nas conversas com o PSD, Costa deixou implícito que é ele próprio a gerir o processo. “O ministro Pedro Nuno Santos estará presente nos momentos em que tivermos de encerrar o acordo e em que tivermos de por em prática aquilo que for decidido”, disse.

No campo da Saúde, indicou que a mudança da equipa governativa – agora liderada por Manuel Pizarro – , abre “uma nova oportunidade de diálogo entre todos”, manifestando ainda a sua confiança na mudança de gestão que virá com a nova estrutura de direção executiva do Serviço Nacional da Saúde (SNS).

“Ao Governo compete definir as políticas de saúde, mas o Governo não deve interferir no dia-a-dia da gestão de um hospital ou de um centro de saúde”, pelo que “a operação do dia-a-dia tem de ter um funcionamento que seja independente das vicissitudes do Governo”, esclareceu.

ZAP //

10 Comments

  1. Realmente é um aldrabão contumaz, se os salários subirem 2% com uma inflação de 9% (oficial…), não perdem poder de compra?

  2. Os reformados são os ricos deste País Um trabalhador com ordenado até 2700€ vai receber um vale de 125€
    Um reformado pode ter uma Pensão até esse valor mas não recebe nada.
    São os ricos deste País

    • Esqueceu-se que os reformados vão ter aumentos de 3% a 4,5% e os que vão receber 125€ prevê-se um aumento de 2% ou seja quem desconta para pagar as reformas tem aumentos de 2% e quem as recebe 3 a 4.5% está visto onde isto vai terminar.

  3. A função pública não deve ter aumento algum. Não se pode pedir aos restantes portugueses, que estão a viver tempos muito mais difíceis que a função pública, para suportar mais um beneficio da função pública
    Já bastou o tempo da Covid, em que muitos funcionários públicos estiveram de férias em casa a receber a 100%, e a esmagadora maioria de patrões, gerentes, empresários e trabalhadores por conta própria foram impedidos de trabalhar e não receberam qualquer apoio.
    Portugal é um país pobre e devedor, e por essa razão a função pública terá de estar ao mesmo nível que o próprio país que a sustenta. Crie-se riqueza, dinamize-se a economia, e depois podemos falar de aumentos da função pública, quando a restante população, que não é função pública, puder pagar esses mesmos aumentos.

    • O problema é que a função publica representa muito votos, votos que deram a maioria absoluta ao xuxalista!
      E eles não se podem dar ao luxo de perder esses votos… esses e os dos reformados que todos nós trabalhadores, estamos a sustentar e que vêm as pensões aumentar quando nós, temos de apertar cada vez mais o cinto!

    • Se a FP é assim tão boa porque não concorrem aos concursos públicos? Se calhar as competências são poucas… Venham tirar férias e ver o que é bom estar em teletrabalho. Venham ver quanto ganha um licenciado no início de carreira ou alguêm com mais de 20 anos de serviço. Venham trabalhar 35 (?) horas!

  4. Aumento na função pública?!?!?!?! Está tudo maluco?!
    E quem vai suportar esses aumentos? O zé povinho que ainda vive com muito mais dificuldades que a função pública?!?!?!
    Tenham juízo e se quiserem fazer alguma coisa para ajudar a fazer face à inflação diminuam é os impostos. É muito mais justo, abrangente e não promove a inflação, coisa que os aumentos de salário da função pública iriam fazer.
    A função pública deve julgar-se a nova nobreza de Portugal, mas engana-se se acha que o povo Português está disposto a suportar tamanha quantidade de regalias. Só a estabilidade laboral é coisa que devia deixar a função pública bem satisfeita, pois muitos vivem uma vida inteira sem saber o que isso é.

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