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Costa rejeita 1600 euros para enfermeiros. “Absolutamente incomportável e totalmente injusto”

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Tiago Petinga / Lusa

O primeiro-ministro rejeitou esta quarta-feira, em absoluto, negociar a reivindicação sindical para que o salário dos enfermeiros seja de 1.600 euros em início de carreira, considerando que tal seria “incomportável” financeiramente e injusto em comparação com outras carreiras.

António Costa transmitiu a sua posição no final do debate quinzenal, na Assembleia da República, numa intervenção em que reiterou a intenção do Governo de adotar todas as medidas legais para travar os efeitos das graves dos enfermeiros e em que, por outro lado, fez duras críticas aos atuais dirigentes da Ordem e de alguns sindicatos do setor.

“Quem é que em Portugal acha que é possível que a entrada de base na carreira, que nos últimos anos subiu de mil para 1.200 euros, possa agora subir de novo de 1.200 para 1.600 euros? E já não vou entrar sequer na discussão de comparar o vencimento do enfermeiro com o do médico, porque isso diz tudo sobre quem a quer promover. Mas todos compreendemos que este aumento de 400 euros de vencimento base na entrada é absolutamente incomportável”, declarou António Costa.

O primeiro-ministro referiu mesmo que esse aumento, caso se concretizasse, “seria totalmente injusto relativamente a outras carreiras”. “Qual é a carreira que não gostaria de ter um aumento desta natureza? Não podemos aceitar que, em nome de uma ambição absolutamente irrealista e insustentável – e que não é sequer passível de qualquer tipo de negociação – se ameace o direito à saúde dos portugueses”, avisou.

Ainda relativamente ao atual conflito, António Costa deixou também a mensagem de que não confunde “os enfermeiros, os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com aqueles que são os seus dirigentes na Ordem ou em sindicatos”.

Ainda sobre às exigências sobre a base salarial, António Costa pediu: “Não nos peçam para fazer o impossível porque de facto o impossível, isso, nós não fazemos. E essa ideia de que de repente tudo é possível, já e ao mesmo tempo, é uma ideia completamente errada, altamente perniciosa”, avisou o líder do executivo.

Para Costa, “sendo obviamente legítimo a qualquer ser humano ter a ambição de ganhar melhor, é também o dever de qualquer governante saber medir o que é justo e o que é injusto e quais são as condições de prosseguir o avanço”.

“Profissionais são melhores do que a sua bastonária”

Também a líder bloquista comentou a situação no debate quinzenal, considerando que estes profissionais “são muito melhores do que a sua bastonária”.

“Os enfermeiros e as enfermeiras deste país são muito melhores do que a sua bastonária ou do que declarações irresponsáveis de alguns dos seus dirigentes. São do melhor que o país tem, são o melhor que Serviço Nacional de Saúde tem. E os utentes sabem que é com eles à sua cabeceira que contam todos os dias”, disse Catarina Martins.

Na resposta, o primeiro-ministro garantiu que “o Governo tem tido um extremo cuidado em não confundir os enfermeiros com aquilo que é a atuação da sua Ordem e em particular da sua bastonária”, fazendo questão de deixar “um pouco de memória sobre as reposições e avanços que estes profissionais tiveram em três anos.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Costa quem te mandou reduzir o horário de trabalho? Estava mt bem nas 40 horas semanais e agora tinhas um pouco + d margem p/ negociar . Os politicos Não sabem mesmo o que é e como é o mundo do trabalho!!

  2. Enquanto o funcionalismo não voltar a catalogar os níveis salariais num escalão de Letras (como já houve), vai ter sempre este problema de negociar caso a caso, cada função, caindo na injustiça de ter enfermeiros a ganhar mais que os médicos com quem trabalham,,,
    Quem tem meios de chantagem e sindicatos poderosos, vai aumentando a sua tabela salarial. Quem não tem esses meios, fica a ver os navios a passar.
    A tabela salarial para o Estado deveria ser de A a Z, sendo A o vencimento do Presidente da Republica e Z o salário mínimo.

    • Exactamente! Toda a gente sabia com o que contava. E se não estava bem aqui, tentava melhor ali ou acolá, submetendo-se a concurso de provas públicas para o conseguir, como era dantes.
      No entanto, ter em atenção que a cada letra deveria corresponder um salário digno, devidamente ajustado às funções e responsabilidades assumir por cada profissional, qualquer que fosse a área a que estivesse ligado.
      E quanto a aumentos, apenas os correspondentes à inflação, sem que tal não impedisse aumentos extras, em todas as letras, quando as finanças do País o permitisse.
      O actual sistema deve-se unicamente as políticos, a todos os que passaram pelos bancos do poder, que procuraram fazer-se de bonzinhos para ter a simpatia dos eleitores.
      Os trabalhadores foram na onda, sem se darem conta de que a sua maior parte ficou prejudicada.
      O mesmo se passa com a institucionalização do salário mínnimo que em vez de ser uma garantia para o trabalhador. é-o para a entidade patronal.

  3. Vamos voltar ao passado! Vai vir o dia em que outros tomarão as rédeas do país e não havendo já mais margem para aventuras estarão obrigados a apertar o garrote de novo ao povo, este por seu lado na sua eterna ignorância irá culpá-los pelo sucedido.

  4. Costa o teu está seguro não é enquanto dietas na almofada tu e mais políticos o povo português nem dorme a pensar como há de ser o dia de amanhã.
    Hoje vocês políticos andam de barriga cheia mas DEUS é grande um dia vão pagar por isso a vida nesta terra não é eterna. Barrigudos.

    • É… deus é tão grande que ainda no outro dia salvou uma criança… ah, espera, ele estava “de férias” e a criança foi assassinada pelo pai…

  5. “Os enfermeiros e as enfermeiras deste país são muito melhores do que a sua bastonária ou do que declarações irresponsáveis de alguns dos seus dirigentes. São do melhor que o país tem, são o melhor que Serviço Nacional de Saúde tem. E os utentes sabem que é com eles à sua cabeceira que contam todos os dias”, disse Catarina Martins.
    Pobre Catarina, muleta do PS/Costa. Mas quem tem feito greve? A Bastonária ou os enfermeiros? Será que enfermeiros grevistas são todos uns dementes que vão atrás da Bastonária?
    Esta Catarina, da esquerda caviar, bem gostaria de controlar a massa trabalhadora, mas aqui perdeu o pé… está dispensada. Tem de ir pregar para outro lado…

  6. Incomportável é estes senhores ganharem tanto dinheiro como deputados (as ) e não fazerem corno ! Algumas até pintam unhas no parlamento !

  7. António Costa foi decisivo, e devido a essa posição, tem de novo, a confiança dos portugueses.
    Tem-se visto que esta série de atentados à estrutura do SNS (a que alguns chamam “greve”), colocou a população em receio de falta de cuidados de saúde, ou inexorável aumento de impostos, para sustentar, tal aumento salarial de enfermagem.
    Enfim, não sei por que raio, os enfermeiros descontentes, não emigram para Reino Unido, etc..? Em tempos (2012 a 2014), certa região autónoma, que faz parte da coroa britânica, oferecia £10.000, a cada enfermeiro que se mudasse para lá. Por incrível que pareça, quem veio a desfrutar de Tal pacote atractivo, foi sobretudo, enfermeiros Filipinos!
    Esse pacote de relocação, passou a ser de £7000, durante 2016, se não estou em erro, mas agora, já não está em vigor.
    Não sei as vantagens oferecia por Dubai, Emirados, etc, mas foram destinos bastante falados, em forums e feiras de emprego.

  8. os enfermeiros , assim como os profs não tem vergonha na cara.
    os enfermeiros querem ganhar tanto como os enfermeiros franceses, só que o custo de vida em França é muito mais elevado do que em Portugal.
    Não esquecer que os salários dos enfermeiros e dos profs saem dos bolsos de todos os contribuintes. É o zé povo que vai ter que pagar. Afinal eles não trabalham nada , não dão produção nem são rentáveis para o país.

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