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Costa recusa dar lições sobre a geringonça. Mas Sánchez assume inspiração

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António Cotrim / Lusa

O primeiro-ministro António Costa com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez

O primeiro-ministro recusou, esta segunda-feira, dar aulas sobre a solução de Governo ao seu homólogo espanhol, mas Pedro Sánchez assumiu a inspiração e a necessidade em Espanha de diálogo e negociação para chegar a consensos.

“Não damos aulas um ao outro, trabalhamos em conjunto”, declarou António Costa perante o “novo colega, mas velho amigo”, o socialista Pedro Sánchez, presidente do Governo de Espanha há um mês, que foi nesta terça-feira recebido no Terreiro do Paço, em Lisboa, nas instalações provisórias do gabinete do primeiro-ministro português.

Por seu turno, o presidente do Governo espanhol, disse que com António Costa aprende “muito e todos os dias” e reconheceu: “Inspirei-me muito na ação política de Costa à frente do Governo de Portugal. Creio que ele está a liderar um projeto progressista, modernizador e europeísta”.

“É também isso que queremos para Espanha, um projeto progressista e um projeto europeísta. Um projeto claramente progressista porque está a combater a precariedade laboral e também o aumento salarial dos trabalhadores e trabalhadoras”, sustentou Pedro Sánchez, que sublinhou que nos “dois países irmãos há dois governos irmãos”.

Na conferência de imprensa conjunta, António Costa, que lidera desde 2015 um Governo sustentado num inédito apoio parlamentar de uma maioria de esquerda, preferiu sublinhar que “cada país tem a sua própria realidade política, que claramente não é exportável”.

“Cada um tem de encontrar as suas próprias soluções de Governo no seu próprio país e sobre o Governo espanhol o que posso dizer é o que digo sempre: há Governo em Espanha, nós somos amigos dos governos de Espanha, no caso concreto, sou também amigo do presidente do Governo de Espanha”, acrescentou, na conferência de imprensa conjunta após o encontro que durou quase duas horas.

Sobre a possibilidade de uma “geringonça” espanhola, Sánchez disse que “há muitos elementos para nos podermos entender, com a responsabilidade dos grupos parlamentares”.

Ao ser questionado sobre a situação dos presos políticos na Catalunha, Sánchez defendeu que, após a fase de instrução, as instituições penitenciárias deverão aplicar a legislação em vigor. “Cumprimos a legislação penitenciária, isso que fique claro. Após a fase de instrução, esses presos devem ser transferidos para junto dos seus familiares e estar perto dos seus advogados”.

O périplo pela Europa do novo chefe do Governo espanhol começou em Paris, num encontro com o Presidente Emmanuel Macron, a que se seguiu, na passada terça-feira, uma ida a Berlim, onde esteve com a chanceler alemã, Angela Merkel, e a Bruxelas, para o Conselho Europeu de quinta e sexta-feira.

ZAP // Lusa

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