António Costa tinha planeado reformar o Governo se o Orçamento de Estado para 2022 (OE2002) tivesse sido aprovado. Mas, agora, tem no horizonte uma campanha eleitoral complicada, onde Rui Rio vai ser igual a si próprio – e esse pode ser o pior cenário para o líder do PS.
Rui Rio venceu, de forma algo surpreendente, as eleições directas no PSD diante de um Paulo Rangel que era visto como o “político moderno” que tinha o apoio do aparelho partidário.
Essa vitória deu força a Rio para as eleições legislativas antecipadas para 30 de Janeiro e o PS está preocupado, conforme deixam antever fontes socialistas ouvidas pelo Expresso.
Antes das eleições no PSD, alguns socialistas consideravam que o melhor para o PS era a continuidade de Rio. Mas, agora, a ascensão do líder do PSD preocupa.
“As eleições ganham-se e perdem-se por um, e o pior que se pode fazer é subestimar um adversário”, relata ao Expresso um elemento do núcleo duro do PS que fala de uma campanha “imprevisível”.
“Ele era um líder apagado, mas agora esteve um mês a aparecer todos os dias — e ganhou de maneira surpreendente. Agora, a dúvida das pessoas é esta: será que o Rio é capaz?”, questiona outro notável do PS em declarações ao mesmo semanário.
Rio “está com percurso parecido ao de Cavaco Silva”
O que é certo é que Rio vai ser igual a si próprio e vai combater ao centro, como tem deixado claro, para tentar apanhar “os pensionistas que fugiram para o PS depois da troika e a Função Pública”, realça o Expresso.
Assim, o que agora se perspectiva é a possibilidade de o líder do PSD transformar aquilo que são as fraquezas que lhe apontam, como a falta de retórica política, na sua maior força.
Rio “está com um percurso muito mais parecido ao de Cavaco Silva do que se pensa”, destaca ao Expresso um apoiante do presidente do PSD.
O ex-autarca continua a ser visto como “um outsider, um político diferente dos outros”, tal como Cavaco Silva era na caminhada até à maioria absoluta, destaca esta mesma fonte.
Enquanto isso, Costa tem de jogar com muito cuidado porque pode precisar do PSD para governar. Assim, não pode embarcar em ataques ferozes a Rio.
Pelo meio, tem de gerir a polémica com Eduardo Cabrita que, apesar da demissão do ministro, deverá continuar a pesar no horizonte dos socialistas.
Entretanto, o líder do PS tem também que lidar com o “cansaço” de “alguns sectores do Governo”, o que pode prejudicar a campanha socialista.
Costa promete Governo “mais curto e ágil”
Após a demissão de Cabrita, Costa escolheu Francisca Van Dunem para acumular a pasta da Administração Interna com a da Justiça, reforçando que é uma “solução de transição até às eleições” de 30 de Janeiro.
Van Dunem é um dos rostos do Governo que acusa o tal “cansaço”, tendo já assumido publicamente que não pretende fazer parte de um futuro Governo.
Sem abordar esse dado, Costa promete já “um novo modelo de Governo, mais curto, mais ágil e adequado aos tempos que estamos a viver”, caso o PS vença as eleições.
De resto, o primeiro-ministro assegura que tinha planeado renovar o Executivo se o OE2022 tivesse sido aprovado.
“Um novo modelo [de Governo] mais adequado aos tempos desafiantes que temos pela frente e com competências mais transversais, sendo mais compacto. Era o que tinha pensado fazer imediatamente a seguir ao Orçamento. Obviamente, neste momento, não faz sentido fazer isso a dois meses de eleições”, conclui.
Rio é o maior e oxalá ganhe! O Centro é a minha paixão. Viva o PSD de Rio, viva o Nós Cidadãos, viva o PArtido da Terra, viva a Associação Frente Cívica e viva Paulo de Morais! Centro forever!..
Amigo Miguel Queiroz, mais uma vez, estamos completamente de acordo e Paulo Morais trabalhou com Rui Rio na Câmara do Porto, entendem-se bem contra a corrupção.