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Costa elogia a corajosa geringonça que libertou o PS da direita

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José Sena Goulão / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista António Costa mostra um exemplar do Programa Eleitoral do Partido Socialista

O secretário-geral do Partido Socialista António Costa mostra um exemplar do Programa Eleitoral do Partido Socialista durante o seu discurso de abertura do 21.º Congresso Nacional

O secretário-geral do PS criticou este sábado quem só quer consensos quando envolvem a direita, saudou a coragem do Bloco e do PCP ao viabilizarem o Governo e defendeu que este acordo libertou os socialistas da direita.

Estas posições foram assumidas por António Costa no discurso de abertura do 21.º Congresso Nacional do PS, na FIL,  quando defendia a solução que se seguiu após as eleições legislativas no sentido de haver entendimentos com o Bloco de Esquerda, PCP e “Os Verdes” para a formação de um Governo.

Numa resposta a quem discordou deste caminho, o secretário-geral do PS foi ao detalhe de ler a intervenção que proferiu no final do último congresso em novembro de 2014, no qual considerava afastado o conceito de “arco da governação”, pressupondo a exclusividade de acordos políticos com o PSD e CDS.

Mas António Costa também evidenciou as consequências que, na sua opinião, haveria para o PS caso optasse por viabilizar um Governo PSD/CDS.

A única forma libertar o PS de ser um refém da direita era o PS dizer com toda a clareza que governávamos nas condições que os portugueses nos dessem, ou com maioria absoluta, ou com entendimentos com outras forças se tal fosse necessário”, realçou.

“Um PS capturado ou refém da direita é partido que não cumpre a sua missão histórica em Portugal – e a nossa missão histórica é assegurar aos portugueses que há uma alternativa à governação da direita”, defendeu o líder socialista.

Mas António Costa foi mais longe na sua defesa da atual solução de Governo, salientando nada ter contra que as forças da direita governem o país quando os portugueses lhe concedem maioria.

“Agora, o que não aceitamos é que quando a direita não tem maioria a função do PS seja dar-lhe aquele bocadinho de votos que não teve, ficando assim com uma maioria que os portugueses lhe recusaram. Não tínhamos o direito de recusar aos portugueses a hipótese de construirmos a maioria alternativa”, disse.

Neste contexto, António Costa saudou o “sentido de responsabilidade” do PCP, Bloco de Esquerda e “Os Verdes” pela disponibilidade para a formação do Governo e “pelo esforço para se encontrarem soluções comuns”.

Aqui, Costa deixou uma farpa, mas sem identificar o destinatário: “É curioso que num país em que tanta gente tanto apela aos consensos haja quem se irrite tanto com estes consensos à esquerda”.

“Como se só houvesse consensos bons quando envolvem a direita”, declarou, recebendo uma salva de palmas.

António Costa defendeu que o conjunto de acordo com as restantes forças de esquerda assenta “numa total transparência” e “no respeito pela identidade” de cada força política.

“Por isso, naturalmente, nas próximas eleições autárquicas, cada um concorrerá com as suas próprias listas”, salientou.

“Como disse com muita graça o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, não há pacto, nem agressão“, referiu António Costa.

Neste ponto, Costa fez uma alusão a notícias desmentidas de que socialistas e comunistas teriam um pacto de não agressão, tendo em vista as próximas eleições autárquicas.

/Lusa

5 Comments

  1. O senhor Costa pode ter libertado o PS da direita só que não se irá libertar certamente da extrema-esquerda a não ser que estes a exemplo do senhor Stipras roam a corda também e dêem em cachorrinhos mansos, mas há-de vir o dia em que os portugueses se libertarão do PS.

  2. Simples, claro e curto: eu, como muita gente, só posso dizer que estou a pagar, a começar pelos combustíveis. O melhor socialismo que pode haver é não ir ao bolso das pessoas, que elas sabem muito bem onde devem gastar o que é delas. Se o governo não roubar as pessoas escusa de se preocupar em dar o que antes lhe tirou, até porque o exercício não costuma correr muito bem (para as pessoas, entenda-se…, para o governo e os encostados é outra história…).

  3. Pois, parece que só está em Portugal desde outubro de 2015, porque durante quatro anos (enquanto a direita esteve no poder) os portugueses mais pobres, foram roubados até ao osso. Defende que o melhor socialismo e, concordo, não pode ir ao bolso das pessoas, mas também defende que a melhor social democracia é aquela que rouba as classes mais desfavorecidas ( os ricos ficaram mais ricos) como aconteceu durante quatro anos. Por isso é que nas últimas eleições não lhes correu muito bem… Pois, tem toda a razão!

  4. Eu vivi o 25 de Abril.
    Na altura não percebi, mas hoje à distância, estou convicto que foi a melhor coisa que me aconteceu enquanto ser humano.
    O que não estava à espera com esta idade é que se desse um golpe de Estado, ainda por cima mal dado.
    Nas empresas em que me considero um colaborador não aceito aos que participam às reuniões que não as subscrevam.
    Agora, dar um golpe de Estado, e ainda por cima mandar os burros à frente com a albarda e tudo, tenho que admitir que foi inédito…
    Parabéns ao Bloco e ao PCP, é de mestre.
    Só é pena é que estes bandalhos insistam num mau ensino, de forma a que no futuro, apenas tenham “analfaburros” que consigam entender golpes de Estado desta natureza.
    Infelizmente não é a Bem da Nação, é a bem de Mais e Mais Impostos, para que estes parasitas consigam viver.

  5. Falta lembrar, em quanto tempo e quantos o último governo nomeou, nos últimos meses de governo.
    Esperavam que o PS se deixasse ficar rodeado dos testas de ferro da coligação PSD/CDS?
    Isto afinal é uma pescadinha de rabo na boca que devia acabar mesmo, porque tem altos custos para o país!
    Os dirigentes da Administração Pública deveriam ser apenas profissionais e não apaniguados dos partidos.
    Poupar-se-ia ao país e ganhar-se-ia em qualidade de serviços.
    À CRESAP falta~lhe isenção e lisura.

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