A cinco dias das eleições, António Costa alterou a agenda para poder estar livre para “acompanhar a situação” do furacão Lorenzo, que se prevê que possa passar nos Açores esta quarta-feira.
Na única ação de campanha que teve esta terça-feira, António Costa disse que faz campanha “nos tempos livres” e que não pode “prejudicar” o exercício do cargo de primeiro-ministro. “Não posso meter férias das minhas funções de primeiro-ministro”, afirmou, citado pelo Observador.
No troço do IP3 entre Viseu e Coimbra, o secretário-geral do PS garantiu estar ali “manifestamente como candidato e não como primeiro-ministro“. Acompanhado pelo ministro das Infraestruturas e cabeça de lista do PS por Aveiro, Costa passou revista à obra que considera “prioritária”.
Garantindo não se estar a esconder das ruas, António Costa afirmou que esta decisão de, por agora, apenas manter na agenda de quarta-feira um comício em Viseu foi uma “medida cautelar” por causa do furacão esperado nos Açores.
“Esperemos que tudo possa correr o melhor possível, mas obviamente que é uma situação muito preocupante a que iremos viver esta noite”. Costa espera que o furacão ainda perca velocidade e se afaste do território açoriano para o alto mar, mas só amanhã é que a organização da campanha analisará se o plano agora definido se mantém, dependendo da situação nos Açores.
“É sempre mais útil prevenir do que remediar e, mesmo sendo candidato, não deixo de ser primeiro-ministro. Posso separar as situações, mas não me posso desligar delas. Não posso meter férias das minhas funções de primeiro-ministro. E se como primeiro-ministro tiver de estar disponível para cumprir as minhas funções, estou”, sustentou.
O furacão, segundo o IPMA, deverá “passar com categoria 1, na quarta-feira, ligeiramente a oeste das Flores”. A categoria 1 é a mais baixa da escala Saffir-Simpson que mede a intensidade dos furacões entre os níveis 1 e 5, sendo 5 o nível mais intenso.
“Não há nada como partidos que renovam quadros”
António Costa utilizou a ironia para reagir ao lançamento, por parte do líder social-democrata Rui Rio, do nome de Arlindo Cunha como ministro da Agricultura, pasta que já ocupou duas vezes – uma num Governo de Cavaco Silva e outra no de Durão Barroso.
“Não há nada como partidos abertos que se modernizam, rejuvenescem e renovam quadros, atirou o secretário-geral do PS.
Sobre a obra que visitou esta terça-feira, o primeiro-ministro justificou a sua “prioridade” com as razões de “segurança, a coesão territorial e a internacionalização da economia”, lembrando que “só na última década perderam a vida 24 pessoas” naquele troço.