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Com Costa a banhos, Santos Silva defende o Governo e nega demissões

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Fernando Veludo / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro, António Costa

Com o Governo debaixo de fogo, no seguimento do roubo de armas de guerra em Tancos e ainda com a tragédia de Pedrógão Grande na memória, é o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, quem o defende, recusando demissões, enquanto António Costa está de férias.

Os pedidos de demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, surgem pela voz da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, no seguimento da tragédia de Pedrógão Grande e ainda do roubo de armas de guerra em Tancos.

“Estes ministros não souberam estar à altura das suas responsabilidades, as demissões são inevitáveis e temos de o dizer sem hesitações e sem rodeios: senhor primeiro-ministro, volte e demita-os”, exigiu Cristas depois de ter sido recebida pelo Presidente da República em Belém.

Criticando o “silêncio ensurdecedor” de António Costa, Cristas faz referência às suas férias e apela ao primeiro-ministro para “voltar” de banhos para “restaurar a quebra de confiança” que diz existir neste momento, no Executivo, demitindo os dois ministros.

“Ministros estão à altura do Governo”

Em nome de António Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que substitui institucionalmente o primeiro-ministro durante as suas férias, recusa a ideia de qualquer demissão.

“Os ministros da Defesa e Administração Interna estão à altura do Governo”, referiu Santos Silva em entrevista à RTP2.

António Costa comentou o assunto das férias, através de um comunicado divulgado pelo seu gabinete, esclarecendo que “o Governo, tendo em consideração o período de Verão, organizou e planificou em tempo o período de férias do primeiro-ministro, bem como dos restantes membros do Governo, de forma a garantir as necessárias substituições para assegurar o normal funcionamento do Governo”.

“O primeiro-ministro está sempre contactável e disponível em caso de necessidade”, acrescenta o comunicado divulgado pela agência Lusa, notando ainda a Lei Orgânica que determina que Costa é substituído pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, durante a sua semana de férias.

“Complicado seria se o Presidente estivesse em férias”

Marcelo Rebelo de Sousa já desvalorizou as férias de António Costa, notando que tem tratado “tudo o que é preciso tratar em termos de Estado” com Santos Silva.

Durante a festa do 237.º aniversário da Casa Pia de Lisboa, no Castelo de São Jorge, o chefe de Estado disse ainda que “mais complicado seria se o Presidente da República estivesse em férias, ou quando estiver em férias”, já que toma decisões que não pode delegar em ninguém.

Pela parte do PS, o presidente Carlos César referiu que “todas as pessoas têm o seu período de descanso”. “O que é importante é que quando descansam o país não seja prejudicado por isso e o país não está prejudicado por isso”, acrescentou.

“Evidentemente que o primeiro-ministro, mesmo estando em repouso, não deixa de estar a governar e não deixa de estar a exercer as suas funções de coordenação“, disse.

O jornal i noticiou na segunda-feira que Costa estará de férias numa ilha espanhola, até ao debate do Estado da Nação, que está marcado para o dia 12 de Julho. A publicação notava ainda que o primeiro-ministro poderia interromper o período de descanso durante alguns dias desta semana para resolver assuntos em Lisboa.

ZAP // Lusa

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