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Costa afasta Bloco e PCP de um futuro Governo (e “namora” o PAN)

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Tiago Petinga / Lusa

O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que tem mantido um quadro de diálogo produtivo com o PAN (Pessoas-Animais-Natureza), que já viabilizou todos os orçamentos, e admitiu que as relações possam estreitar-se na próxima legislatura, caso volte a formar Governo.

Esta posição foi transmitida por António Costa numa entrevista à SIC, conduzida pela jornalista Anabela Neves, depois de questionado se encara a possibilidade de integrar num futuro acordo parlamentar de Governo o PAN, partido que elegeu um eurodeputado nas eleições europeias de domingo.

“Nada obsta em sentido contrário. Nestes três anos e meio, temos tido uma excelente relação com o PAN. Reparem que o PAN nunca votou contra as propostas do Governo de Orçamento do Estado nesta legislatura – e em alguns casos creio que até votou a favor”, respondeu o líder do executivo.

Ainda sobre este cenário de integrar o PAN como eventual parceiro de uma maioria parlamentar de suporte ao Governo, António Costa referiu que, apesar de não haver qualquer posição conjunta assinada com o partido do deputado André Silva, “tem havido sempre negociações” com esta força política ao longo da presente legislatura.

“Tem havido uma relação de grande proximidade com o PAN e de boa colaboração – relação que pode continuar e estreitar-se”, frisou.

Também em declarações à SIC, o PAN mostrou-se disponível para um “registo de geringonça”, mas “nunca num registo de Governo”, adiantou o líder do partido, André Silva, dando conta que o papel do partido é “influenciar o partido”.

“Um partido político serve para ocupar uma posição de poder ou para influenciar o poder. E esse é o papel do PAN neste momento, como os portugueses têm visto ao longo destes quatro anos. E é aquilo que queremos continuar a fazer, com mais força e mais expressão. Influenciar quem está no poder, quem ganha as eleições… num registo de geringonça, nunca num registo de Governo“, sustentou.

“O PAN não está preparado para assumir uma posição de solução de ocupação de lugares no Governo. Não é esse o papel do PAN”, explicou. “O papel do PAN é claramente desde 2015, e temos cumprido, continuar a influenciar as forças políticas no Governo e, se os portugueses quiserem continuar a confiar no PAN para que se concretizem estas alterações, fá-lo-emos e queremos assumir essa responsabilidade”.

PCP e Bloco mais longe de um futuro Governo

Questionado se os resultados do PCP nas eleições europeias indiciam uma erosão eleitoral deste partido, alegadamente por estar a colaborar na presente solução de Governo, o primeiro-ministro discordou. O líder do Executivo socialista manteve a sua tese de que a atual solução governativa tem como qualidade central o facto de os quatro partidos que a integram [PS, BE, PCP e PEV] “terem uma relação mais de complementaridade entre si e menos de competição entre si”.

“Basta verificar que a subida de um partido não é feita à custa dos outros partidos”, sustentou, antes de argumentar que, em eleições europeias, o número de deputados eleitos pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP “tem variado muito de eleição para eleição”.

“Na noite eleitoral de domingo, também houve uma apreciação um pouco errada em resultado de, até ao último minuto, se ter discutido se o PS ia ganhar o décimo eurodeputado ou o PCP ia ter o segundo”, alegou.

Na mesma entrevista, Costa voltou a considerar muito pouco provável um cenário em que elementos do Bloco de Esquerda ou do PCP entrem num futuro Governo. “Aquilo em que conseguimos convergir tem sido suficiente para uma muito boa amizade, mas é insuficiente para termos um bom casamento. As pessoas costumam dizer que não vale a pena estragar uma boa amizade com um namoro mal-sucedido. Aqui, também é um caso assim”.

Eleição de Timmermans é a prioridade

No plano europeu, António Costa traçou como sua principal prioridade a eleição do socialista holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia, considerando, em contrapartida, que o alemão do PPE (Partido Popular Europeu) Manfred Weber não tem condições para reunir esse consenso.

“Manifestamente, acho que o candidato do PPE, Manfred Weber, não tem condições, até porque tem uma rejeição quase absoluta no Conselho [Europeu] – e no Parlamento Europeu também é de todos os candidatos o que gera maior hostilidade. Frans Timmermans tem várias qualidades que o ajudam a que possa ser um bom candidato de consenso”, contrapôs o governante.

Segundo António Costa, Timmermans, “sendo um socialista, tem uma boa relação com todas as outras famílias políticas”. “Tem desempenhado um papel fundamental na defesa dos valores europeus, relativamente aos avanços da extrema-direita”, acrescentou.

ZAP // Lusa

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10 Comments

  1. NÃO foram os portugueses que colocaram o PCP e BE no governo, foste TU Costa – mt bonzinhos têm sido eles contigo, porque se seguissem á risca o q falavam já te tinham mordido os calos á muito. Mas toda a gente quer poleiro, agora é o PAN. Vós politicos são piores q a P—-, elas ainda são mais honestas que vocês.
    TUDO vale pelo PODER, p/ Ruoubar, Vigarizar quem trabalha. POliticos NÃO trabalham, estão é sempre ocupados a ver comos devem ROUBAR os Portugueses.

    • Na realidade os portugueses derrotaram Costa nas eleições. Rejeitaram-no. É um primeiro ministro ferido de legitimidade. Como é quase comunista (o pai já o era) teve a desvergonha de arranjar a jogatana da geringonçada, após 3 derrotas eleitorais e como forma de se safar da situação omplicadíssima em que se encontrava. O PS, em 42 anos sempre se desviou dessa pouca vergonha.

  2. A miss Piggy não vai gostar… agora que já andava a comprar roupa de executiva.
    E Costa pode vir a arrepender-se… é que eleições europeias não são legislativas e o PAN pode não vir a ter os deputados necessários para a maioria parlamentar.
    Ou isto é mais uma jogada de Costa para atrair eleitorado do centro.

  3. Desde quando é que o PCP e o BE estão no governo? O tuga vive num país que não é o nosso, ou então anda a ver muitos filmes de terror e a confundir tudo. Mas quem manda sapateiro tocar rabecão? Havia necessidade de vir para aqui mostrar tanta ignorância?
    Agora entraram no discurso do roubo, que efetivamente é verdadeiro em muitas situações, e na boca dos mais aziagos, todos sem exceção, são desonestos e querem roubar o povo.
    Embora hajam muitos corruptos, provavelmente a maioria é honesta e trabalham, e alguém tem de nos governar não?

  4. Onde é que o Costa disse isso? Por acaso o PCP e BE estão no governo? por acaso o PAN alguma vez votou contra o OE? SEJA HONESTOS NAS ANÁLISES OK»

  5. Estão todos à volta do pote…. E quanto à Abstenção nas Europeias…. Quando 70% dos eleitores simplesmente se Marimbaram para a europa…. só resta dizer que um referendo à nossa continuação na Desunião Europeia é INEVITAVEL e URGENTE. É Impressionante ver como o Próprio Presidente deste território vem dizer que 2/3 dos Portugueses são a favor da europa baseado em dados imaginários… e dizendo que no parlamento a maioria dos partidos são a favor da europa esquecendo que a soberania portuguesa pertence aos portugueses e não aos politicos. e depois fala em valores Europeus como a democracia, quando ele mesmo tem medo que os portugueses se Manifestem num referendo Democraticamente…. Isto são as chamadas ” Manobras à Maduro”…ou não fosse ele um bilderberger globalista. Os politicos viram a cara ao lado quando o povinho está contra os interesses instalados e fingem que não se passou nada.

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