A Coreia do Sul tem uma das taxas mais baixas de infeções com origem desconhecida – cerca de 8%, um número que contrasta com a taxa de mais de 50% noutros países com novos surtos de covid-19.
Em maio, quando o surto de covid-19 atingiu discotecas na Coreia do Sul, o país apressou-se a lançar a sua versão de Navy Seals, equipas de elite compostas por epidemiologistas, especialistas em bancos de dados e técnicos de laboratório.
Na altura, uma investigação mostrou que o vírus passou de um visitante de uma discoteca para um estudante, depois para um motorista de táxi e, em seguida, para um funcionário de um armazém que partilhava o local de trabalho com cerca de quatro mil pessoas.
Segundo a Time, o cenário foi catastrófico: milhares de colegas de trabalho do funcionário ficaram infetados, assim como familiares e contactos próximos. Foram testadas cerca de nove mil pessoas e, duas semanas depois, o surto foi praticamente extinto, tendo as infeções reduzido para 152 casos.
O trabalho das chamadas Equipas de Resposta Imediata mostra como é que a Coreia do Sul conseguiu conter a propagação do vírus sem grandes paralisações. numa altura em que cidades como Los Angeles, Melbourne e Tóquio enfrentam novos surtos da doença, este “manual” sul-coreano oferece um dos projetos mais bem sucedidos para conter a covid-19.
A contagem de novos casos no país asiático nunca caiu para zero, mas o número de novas infeções diárias variou de 30 a 60 durante dois meses, depois de atingir mais de 800 casos diários em fevereiro.
Kwon Donghyok, vice-diretor científico dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças do país, explicou que estas equipas de elite entraram em ação sempre que se aperceberam da “possibilidade de uma transmissão em larga escala”. “O nosso trabalho principal é encontrar elos de conexão entre os casos e evitar uma crise.”
“Encontrar contactos próximos e investigar a causa de infeção é a espinha dorsal do nosso trabalho”, rematou.
Coronavírus / Covid-19
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