Será um McDonald’s no país de Kim Jong-Un capaz de evitar uma guerra? Não sabemos. Certo é que as pequenas cedências no foro económico e político, que recentemente vieram à tona, podem mesmo trazer paz à Coreia do Norte… e ao mundo.
Primeiro, anunciou o desmantelamento do seu principal centro de testes nucleares. Agora, a Coreia do Norte está a ponderar abrir um McDonald’s. E se, por um lado, a CIA desconfia que o país mais isolado do mundo se desnuclearize, por outro, acredita que há a hipótese de a Coreia do Norte se abrir à primeira empresa ocidental dentro das suas fronteiras.
Não se encontram cadeias de fast food na Coreia do Norte em cada esquina, e muito menos cadeias ocidentais. O cenário não era sequer previsível. No entanto, há agora a possibilidade de o regime de Kim Jong-un permitir uma cadeia ocidental de fast food em Pyongyang.
A notícia é avançada num relatório, divulgado pela CNBC e a decisão está a ser encarada por muitos como um “braço a torcer” da Coreia do Norte às forças do mundo capitalista. Aliás, este pode ser mais um esforço para suavizar a relação de Kim com Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos.
De acordo com a imprensa internacional, no encontro das Coreias, no mês passado, as autoridades norte-coreanas terão expressado a sua abertura. “O país recebe investimentos da América. Queremos atrair as empresas afiliadas ao McDonald’s e ao Presidente Trump. Esperamos que a América nos veja como um país normal“, cita o Shifter.
Mas a menção à famosa cadeia de fast food foi apenas uma avaliação de um assunto muito mais sério: a desnuclearização. A CIA suspeita de que Kim Jong-un não queira livrar-se do seu armamento nuclear, pelo menos para já. Aliás, muitos especialistas na Coreia do Norte acreditam exatamente no mesmo.
No entanto, a cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, marcada para o dia 12 de junho, em Singapura, parece estar (por enquanto) no bom caminho, depois de a semana passada Donald Trump a ter cancelado.
Ainda que comer um cheeseburguer em Pyongyang seja uma perspetiva interessante, a mais curiosa delas todas é o facto de estarem em causa pequenas cedências de foro económico, como a concessão de licenças ao McDonald’s e outras decisões de grande impacto, tal como a desnuclearização.
Teoria dos Arcos Dourados
Sabia que nunca houve uma guerra entre dois países onde haja McDonald’s? O fenómeno parece bizarro, mas é um facto incontornável – e é explicado pela famosa “Teoria dos Arcos Dourados da Prevenção de Conflitos”, postulada em 1996 pelo colunista do jornal New York Times Thomas Friedman.
A teoria estabelece que quando um país atinge o nível de desenvolvimento económico no qual passa a ter uma classe média suficientemente grande para sustentar uma rede McDonald’s, transforma-se num país McDonald’s.
Alguns (Friedman incluído) defendem que pessoas que vivem num país McDonald’s não gostam de estar em guerra: preferem esperar na fila por um hambúrguer. No entanto, há também quem defenda que a empresa de fast food só se instala em países nos quais a guerra não tem espaço para brilhar – ou, pelo contrário, tornar tudo mais cinzento.
Segundo esta teoria, a Coreia do Norte pode então estar perto de se tornar um país livre de guerra – pelo menos, de uma guerra com um país onde haja McDonald’s. Aliás, podemos assim afastar a hipótese de uma III Guerra Mundial estar iminente.
Será o McDonald’s um elo de paz entre os países? Não sabemos. Certo é que a Coreia do Norte – inconscientemente ou não – quer fazer parte do leque de países que comem um cheeseburguer sem se preocupar se existem tanques de guerra ao virar da esquina.
Há quem saliente que a Teoria dos Arcos Dourados não é infalível, apresentando exemplos como o da guerra de 2006 entre o Líbano e Israel. Havia na altura restaurantes McDonald’s nos dois países, nos quais a cadeia de fast food se tinha estabelecido, respectivamente, em 1993 e 1998.
Mas, na realidade, as Forças Armadas libanesas não intervieram no conflito. Os combates decorreram apenas entre as forças israelitas e o Hezbollah. E, que se saiba, não havia McDonald’s nos acampamentos do grupo paramilitar libanês.
Ainda assim, a teoria foi entretanto atualizada para “Teoria da Dell sobre Prevenção de Conflitos”, e sustenta agora que dois países que fazem parte da mesma cadeia de fornecimento económico de grandes empresas (como a Dell) nunca entrarão em guerra, graças à interdependência económica que se estabelece entre eles.
Estará a Coreia do Norte a um passo de se tornar um país pacífico? Talvez sim, talvez não. Enquanto a resposta continua no ar, comemos um cheeseburguer.
Absurdo. Os EUA são sedentos de sangue e guerra e o seu único interesse é a destruição de todos os países que se lhe opõem.
Isto era sarcasmo, para quem não percebeu, e destina-se ao gang que por aqui aparece em todas estas notícias, sempre pronto a defender a Rússia e atacar os EUA.
Quem tem 2 dedos de testa percebe que os EUA não têm interesse em fazer guerra. O objetivo dos EUA é sempre o mesmo: garantir que todos os países estão alinhados com a globalização e permitem a instalação de empresas Americanas.
Essa é a razão pela qual não existe hoje guerra na maior parte do mundo: a globalização, o capitalismo e a forma como todos os países estão interligados economicamente, faz com que a guerra não interesse a ninguém.