A Coreia do Norte parece estar a reforçar o seu lado da zona desmilitarizada (DMZ), dias depois de um soldado ter desertado para o país vizinho.
Marc Knapper, diplomata norte-americano em Seoul, partilhou uma fotografia no Twitter que mostra soldados do regime norte-coreano a cavar uma trincheira na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, escreve a BBC.
O reforço de segurança acontece dias depois de um soldado de Pyongyang ter conseguido desertar para o país vizinho. O soldado chegou num todo-terreno até escassos metros da linha de demarcação e, como o veículo ficou preso, alertou vários militares estacionados nas imediações. O desertor correu depois para o outro lado, sob os disparos dos colegas.
O soldado foi resgatado por três militares sul-coreanos que o arrastaram pelo chão para evitar que fosse novamente baleado, levando-o depois para um lugar seguro até ser transportado para o hospital. A Coreia do Sul já entregou medalhas aos intervenientes como forma de reconhecimento pelo auxílio prestado ao desertor.
Um dos soldados norte-coreanos chegou mesmo a atravessar a linha durante escassos segundos enquanto atirava no colega o que constituiu, segundo o Comando das Nações Unidas (UNC), uma violação do cessar-fogo que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53).
Segundo o Diário de Notícias, além da trincheira, os militares colocaram uma barreira móvel na estrada utilizada pelo desertor e estão a erguer um novo posto de guarda na sua zona de controlo. Também têm percorrido aquele trajeto “para detetarem e corrigirem eventuais falhas”.
O norte-coreano, que tinha cinco balas no corpo, foi submetido a várias cirurgias, nas quais os médicos encontraram várias lombrigas intestinais que contribuíram para infetar os órgãos afetados pelos tiros. O paciente também mostrou sintomas de “stress psicológico severo e depressão”.
Cerca de trinta mil soldados norte-coreanos desertaram para o Sul desde o final da guerra, mas a maior parte usou rotas de fuga através da China, sendo este um caso raro.