O responsável pelas manifestações na cidade de Lisboa é coordenador técnico no Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara liderada por Fernando Medina.
De acordo com o semanário Expresso, António Santos tem sido, nos últimos anos, o interlocutor na Câmara Municipal de Lisboa (CML) com os organizadores de manifestações na capital.
O jornal escreve que é a pessoa que recebe e envia os e-mails para os promotores destes eventos, quem manda depois os dados sobre o local e o motivo dos protestos, assim como a identidade de quem os organiza, não só para a PSP como para o Ministério da Administração Interna (MAI).
No seu perfil do LinkedIn diz-se Coordenador Técnico na CML e nos e-mails profissionais assina como Técnico Superior do Gabinete de Apoio à Presidência. Este gabinete encontra-se integrado na secretaria-geral da autarquia, que é dirigida pelo militante do CDS Alberto Laplaine Guimarães, pai do atual vice-presidente centrista.
Segundo o Expresso, foi António Santos que, em janeiro deste ano, enviou um email ao MAI e ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, com o conhecimento da embaixada russa, ao qual os três ativistas russos tiveram acesso.
Nesta mensagem eletrónica constava um PDF com informações pessoais dos ativistas, nomeadamente a morada, telefone e os números dos cartões de cidadão de dois ativistas (que já tinham nacionalidade portuguesa) e o número do título de permanência provisória de uma terceira pessoa.
O semanário já questionou o gabinete de comunicação da CML sobre se António Santos permanece em funções. Em resposta, a autarquia garantiu que este funcionário se mantém no cargo e que “nunca seria afastado sem as conclusões da auditoria” que Fernando Medina mandou realizar.
O autarca socialista revelou que, na sequência desta auditoria, irá tomar “as medidas para assegurar que não volte a acontecer nesta câmara” situações deste tipo.