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Estado põe convento à venda por 5 milhões de euros

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O Estado colocou, esta segunda-feira, o Convento de São Francisco, em Setúbal, à venda por 5 milhões de euros. O convento é um monumento classificado pela Direção-Geral do Património Cultural.

O edifício remete ao século XV e tem uma área superior a 62 mil metros quadrados. A Estamo, que gere as propriedades imobiliárias do Estado, colocou um anúncio no seu site para a venda do convento. O preço de referência é de 5 milhões de euros e os interessados têm até ao dia 5 de maio para garantir a compra.

O Convento situa-se na encosta do Forte de S. Filipe, no Parque Natural da Arrábida, e encontra-se já em ruínas. O imóvel é descrito como “a ruína do Antigo Convento de São Francisco e cinco blocos residenciais/turísticos, construídos nos anos 90 pela Casa Pia”.

Segundo avança o jornal Público, o Plano Diretor Municipal de Setúbal (PDM) já previa a construção, sobretudo para habitação, em cerca de 20 mil metros quadrados da área do convento. A nova versão deste plano alarga essa área para quase metade da sua totalidade — 27.800 metros quadrados.

O convento é de arquitetura religiosa, renascentista e barroca, e conta com uma grande importância histórica assinalável na região. Construído em 1410, pertencia à Ordem dos Frades Menores e à Província dos Algarves, que terá sido a primeira ordem religiosa a estabelecer-se em Setúbal. Lá ficou hospedado Filipe III de Castela durante a sua visita a Setúbal, no início do século XVII.

Segundo explica o matutino, o edifício principal já foi reedificado duas ocasiões, nos séculos XVIII e XIX. Foi um dos muitos edifícios gravemente afetado pelo grande terramoto que atingiu Lisboa em 1755. Em 1996, o Convento de São Francisco foi cedido à Casa Pia de Lisboa e foi assinado um protocolo com a Câmara de Setúbal para o realojamento das famílias que lá viviam. O acordo previa também a recuperação do convento para a instalação de um colégio para jovens carenciados.

O projeto acabou por não ter pernas para andar e, em 2004, a Casa Pia de Lisboa devolveu o espaço à Direção-Geral do Património que, desde então, não procedeu à remodelação do convento.

ZAP //

9 Comments

  1. Portugal a ficar sem os aneis.
    Onde eu já ouvi isto… estamos do fim do caminho para novamente a troika vir para manter os funcionarios públicos.

  2. E não houve lá nenhum comuna “torturado” (um simples prisão basta) para todos termos que continuar a pagar aquilo com os nossos impostos?

  3. É impressão minha ou hoje há por aqui mais malta a comentar?! Será que ficou tudo apeado sem gasoil e viraram-se todos para os PC’s e smartphones? Ou estão todos na fila para abastecer?

  4. Os nossos Governantes, não só os que estão, diria praticamente todos, só vendem.
    E, assim aos poucos o património vai desaparecendo.
    Penso que a pergunta é pertinente, para que precisamos de um Ministério da cultura/património.

  5. Se for para vender a alguém na condição de preservar a arquitectura tudo bem uma vez que o Estado quase nada preserva e esta imagem é bem a prova disso mesmo e são centenas de casos espalhados pelo país fora, mais ridículo ainda quando se vêm arranjos onde o cimento e o tijolo substituem a pedra ou então a que lá põem nem prima da original é.

  6. Para estar a cair, mais vale alguem recuperar.
    Se o estardo tivesse de cuidar de todos os monumentos, andavamos só trabalhar para pagar restauração de monumentos, em de eduação ou saíde.

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