A Amazon revela que os “insistentes ataques públicos e de bastidores” de Donald Trump contra Jeff Bezos causaram “pressão” que levou à perda de contrato público com o Departamento de Defesa.
A Amazon apresentou uma queixa formal em tribunal na qual acusa o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de ter exercido “pressão indevida” e de ter estado por trás de uma série de “insistentes ataques públicos e de bastidores” contra a empresa, de maneira a que esta não vencesse um contrato público com o Pentágono.
Segundo o Observador, lê-se na acusação que os alegados ataques lançados pelo Presidente norte-americano àquela empresa visavam “prejudicar” o seu CEO, Jeff Bezos, que é também o proprietário do Washington Post, jornal que tem mantido uma relação crítica com o Presidente dos Estados Unidos.
Em causa, está um concurso público para um contrato no valor de 10 mil milhões de dólares, cerca de 9 mil milhões de euros, em troca do desenvolvimento de um sistema apelidado de JEDI (Joint Enterprise Defense Infrastructure), destinado à área de cloud computing.
De acordo com o diário, este passo é essencial no processo de modernização dos sistemas informáticos utilizados pelo Departamento de Defesa norte-americano.
O contrato acabou por ser atribuído à Microsoft. As propostas da IBM e da Oracle foram rejeitadas numa frase preliminar, levando a que a escolha fosse obrigatoriamente entre a Microsoft e a Amazon.
“É óbvio que estamos convictos de que o contrato não foi adjudicado de forma justa”, disse Andy Jassy, diretor executivo do departamento de Web Services da Amazon, no dia 4 de dezembro, numa conferência de imprensa.
“Chegámos a uma situação onde houve uma intromissão política significativa. Quando se tem um Presidente em funções que está disposto a admitir em público o seu desdém em relação a uma empresa e ao líder dessa empresa, fica muito difícil que qualquer agência governativa, incluindo o Departamento de Defesa, tomem uma decisão objetiva sem medo de represálias”, acrescentou.
O Pentágono refere que o concurso decorreu de forma normal. “O processo de aquisição foi conduzido de acordo com as legislação e os regulamentos aplicáveis. Todos os concorrentes foram tratados de forma justa e foram avaliados de forma consistente com os critérios adequados”, lê-se num comunicado de outubro do Departamento de Defesa.