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“Condições desumanas.” Consulado em Angola criticado pela comunidade portuguesa

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José Sena Goulão / Lusa

Panorâmica da baía de Luanda, Angola.

Numa carta enviada a várias entidades, um empresário português que vive em Angola há mais de 15 anos denuncia “as inúmeras condições desumanas” a que a comunidade portuguesa no país tem sido sujeita “pelo Consulado Geral de Portugal em Angola”.

De acordo com o Expresso, a missiva foi enviada a várias entidades, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Ao invés de proteger os seus cidadãos, [o consulado] insta-os desumanamente a sujeitarem-se a terem de saber se são escolhidos por via de uma lista, lida por vigilantes em plena rua pública [à porta das instalações da TAP em Luanda], no estrangeiro, sujeitando a população portuguesa a ter de ser amontoar e ser contaminada”, escreveu.

Depois deste email, vários portugueses a residir em Angola descreveram o caos em que se tornou o processo de conseguir lugar num voo para Portugal.

O semanário conta que “centenas de pessoas aguardaram amontoadas e desprotegidas” durante horas até saberem que não conseguiriam embarcar no voo que a TAP realizou para Lisboa na madrugada de quarta-feira. Segundo o empresário, “apenas 5% das pessoas que constavam na lista” conseguiram entrar nas instalações da TAP para formalizar a reserva.

“Os despojados 95% dos cidadãos, a mando do consulado, depararam-se que ao estar a partir das 7 da manhã, para garantir uma senha, só dada pelas 9 horas, foi-lhes dito pelas 12 horas que a senha já não servia de nada, não iriam ser atendidos. Depois de arriscarem a vida a poderem ser contagiados pela Covid-19, foi este o tratamento que tiveram”, lê-se.

Para o empresário, os critérios usados para a elaboração das listas de prioridades para os voos são “muito duvidosos”. “Constatamos claras evidências de tráfico de influência para garantir prioridade”, disse, acrescentando que há muitos portugueses em Angola com “medo” do consulado.

Ao Expresso, o cidadão referiu ainda que “é uma enorme humilhação do nosso Governo apenas ter conseguido enviar um único avião da TAP. Até a Deloitte conseguiu fazer um charter para cuidar dos seus funcionários. Nós estamos aqui retidos a ser gozados e tratados como animais pelo nosso consulado. É dramático, mas é a verdade.”

Contactada pelo matutino, a TAP garantiu que está previsto um novo voo para trazer portugueses de Angola no sábado, a que se junta um voo charter que será operado pela companhia EuroAtlantic.

O voo da TAP transportará clientes “que já tinham voo marcado e que decidiram antecipar o seu regresso”. Contudo, como ainda não se encontra cheio, a companhia vai colocar os restantes lugares à venda no site “assim que receber autorização [do governo de Angola] para operar” a ligação.

ZAP //

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2 Comments

  1. … estes feudais nunca mudam, o paladar de comer os mais pequenos. Portugal em nada difere em relação a Angola, ou melhor Angola aprendeu a ser corrupto por Portugal saber isso de cor e salteado, Angola foi o melhor aluno de Portugal.

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