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Jornal Público avança que Constâncio tinha informação completa para travar Berardo como acionista do BCP

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Manuel de Almeida / Lusa

Vítor Constâncio

A administração do Banco de Portugal recebeu a informação de que o crédito da Caixa Geral de Depósitos que Joe Berardo ia usar para financiar o investimento era especulativo, avança o jornal Público.

Ainda no verão de 2007, Vítor Constâncio teve acesso ao documento com a informação completa sobre o pedido de Joe Berardo de compra de uma posição até 9,99% do BCP, onde na altura já possuía 3,88%, avança o Público esta terça-feira.

Apesar de Constâncio ter vindo afirmar que não esteve presente no conselho de administração que autorizou a operação, o documento que lhe foi disponibilizado continha os detalhes e a descrição da forma como Berardo pretendia financiar o investimento no BCP, ou seja, totalmente financiado pela Caixa, em 350 milhões de euros, sem dar garantias reais sólidas, mas com promessa de penhora das ações (títulos especulativos) a adquirir.

No sábado, Constâncio enviou uma nota à agência Lusa onde dá conta de que a entidade agora liderada por Carlos Costa o informara que não estivera presente na reunião do conselho de administração do BdP de 21 de agosto de 2007, a mesma que formalizou a decisão de luz verde ao reforço acionista de Berardo, de 5% até 9,99% no BCP.

Na mesma nota, Vítor Constâncio adianta que foi um dos seus dois ex-vice-governadores, José Matos, que em 2012 saiu do BdP para liderar a CGD, que o substituiu como presidente.

Ainda de acordo com o Público, Vítor Constâncio não terá estado ausente por pedido de escusa, o que o torna solidário com todas as decisões tomadas no encontro.

O processo foi objeto de avaliação detalhada, que demorou mais de dois meses, por parte dos serviços do Banco de Portugal. Rececionado a 18 de junho, o dossiê só ficou fechado em agosto desse ano. A meio, Berardo mudou a estratégia de financiamento: em junho, informou o supervisor de que ia mobilizar recursos próprios, pata além do crédito da CGD. No fim, acabou por abandonar essa decisão, reportando em agosto que seria financiado a 100% pelo banco do Estado.

Os técnicos que estudaram o dossiê foram dando reporte aos administradores da evolução da análise, pelo que se cumpriram os procedimentos habituais do Banco de Portugal, nota o mesmo jornal.

Além de ter acompanhado o dossiê, na primeira reunião do conselho de administração​ em que participou, quando regressou, foi-lhe disponibilizado o documento (que sustentou a luz verde dada a 21 de agosto de 2007) com a descrição completa da operação de financiamento de Berardo: o aumento do poder no BCP seria feito com crédito de 350 milhões de euros da CGD uma promessa de penhora de títulos especulativos.

De acordo com o Público, na próxima ida ao Parlamento, Constâncio terá dificuldade em explicar outra coisa: enquanto supervisor, a sua responsabilidade era garantir que Berardo tinha capacidade financeira para acorrer a um aumento de capital. Contudo, Berardo não só foi autorizado a investir totalmente financiado pela CGD, como também a fazê-lo dando em garantia as ações cotadas.

ZAP //

6 Comments

  1. E agora, mentiroso? Fica por isso mesmo, infelizmente, com uma reforma de 25000,00Euros e quem tem que pagar a sua inconsciência e falta de profissionalismo para não chamar outra coisa mais feia, será o zé povinho com os seus impostos e os seus salários miseráveis quando comparados com os desta gente que andou a governar-se à custa dos portugueses.
    Inacreditável. Onde está a Justiça, o Procurador do Ministério Público e quem mais tem poder para poder julgar e prender os ladrões deste país???

  2. Justiça para para nós os justos pagadores… condecorações para eles.
    Alguém que ponha a justiça na cadeia … já…

  3. A solução para este problema é simples. Basta envolver a responsabilidade solidária dos decisores.
    Ficam assim responsabilizados pelo ressarcimento da dívida todos os decisores e respectiva tutela concretamente:
    nº 1 – O Presidente da República.
    nº2 – O Primeiro Ministro.
    nº3 – O Ministro das Finanças.
    nº4 – O Governador do Banco de Portugal.
    nº5 – O Presidente e Administradores da CGD que avalizaram a operação.

    Os salários ou reformas destes senhores serão penhorados nos termos da lei (que serve também para outros cidadãos), até ao completo ressarcimento do montante em falta.

  4. Que grande quadrilha de FDP. Lembro-me muito bem quando o berardo ia à TV vender postas de pescada e dizer mal do Jardim. Isto é uma teia em que estão todos envolvidos, todos têm telhados de vidro e todos têm medo uns dos outros. Para o Zé pagante e Zé votante dizem que agora há liberdade e que o Povo é quem mais ordena. A abrilada de 74 não podia dar noutra coisa. O Zé vai votar numa sigla e numa cor e eles lá por cima amanham-se de toda a maneira. Já na 1ª. república, de má memória, assim foi. Cadeia com eles!!

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