Os delegados ao XXI congresso do PCP vão obedecer a regras rígidas para entrar e circular do pavilhão Paz e Amizade, em Loures, e terão apenas cadeiras para se sentarem, sem mesas, disse à agência Lusa fonte partidária.
Os delegados, que já foram reduzidos a metade (cerca de 600) como forma de adaptar o congresso às regras para conter a pandemia de covid-19, vão espalhar-se por todo o pavilhão, incluindo as bancadas, com respeito pelas distâncias de segurança.
Os únicos com direito a mesas serão os órgãos executivos, que vão sentar-se na mesa do congresso, disse a mesma fonte partidária, acrescentando que haverá também circuitos de entrada, circulação e saída de delegados e dirigentes do partido.
Além da redução do número de delegados, o PCP optou por não ter convidados de forma a reduzir o número de pessoas no congresso, que já começou a ser criticado pelos partidos de direita.
Esta quarta-feira, à saída da audiência no Palácio de Belém, o secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, prometeu que o XXI congresso nacional vai ser exemplar quanto às medidas de prevenção da covid-19.
“O nosso congresso vai ser um exemplo demonstrativo de que é possível exercer direitos e liberdades (ato cultural, evento, pequena restauração). Vão ser tomadas todas as medidas sanitárias, em termos de circulação, proteção individual, o que permite dar garantias”, assegurou.
“O Presidente da República não obstaculizou nem levantou dúvidas ou dificuldades em relação à sua realização”, garantiu o comunista, adiantando que tem havido ligação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) na preparação do evento.
Apesar destas declarações, o semanário Expresso avança que o chefe de Estado compreendeu as preocupações manifestadas pelo PSD e CDS. Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha lembrado a importância do evento respeitar o recolher obrigatório, terá sinalizado que será difícil explicar aos portugueses que, uma semana depois de ter vigorado em todo o país esta medida tão restritiva, pudesse decorrer um evento partidário com centenas de pessoas em Loures.
Segundo relatos das reuniões ao jornal, o Presidente teme que volte a haver a ideia generalizada de que os comunistas beneficiam de um regime de exceção e que, com isso, haja maior resistência da população a acatar as medidas.
O XXI congresso nacional do PCP realiza-se em 27, 28 e 29 de novembro de 2020 no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, sob o lema “Organizar, Lutar, Avançar – Democracia e Socialismo”.
ZAP // Lusa