“Com mentiras, não!”: PS vai votar contra novo Governo dos Açores

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Eduardo Costa / EPA

Luís Montenegro e José Manuel Bolieiro na noite eleitoral nos Açores

PS vai votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM de Bolieiro. “Há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer”.

Após troca de palavras (e acusações socialistas) sobre o passado e o futuro nos Açores, com Pedro Nuno também na “novela”, o PS anunciou o chumbo do novo Governo nos Açores. As eleições no domingo passado deram vitória à coligação de direita PSD/CDS/PPM mas sem maioria absoluta.

“Há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer da situação resultante das eleições de 4 de fevereiro. Também por isso há a necessidade de tornar clara a posição política que o PS/Açores assume face ao Programa do XIV Governo Regional, porque fazê-lo já é um sinal claro de respeito pela autonomia dos Açores, mas, não menos importante, a reafirmação evidente da autonomia de decisão do PS/Açores”, afirmou o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, em conferência de imprensa em Ponta Delgada.

A decisão foi tomada por unanimidade na reunião do Secretariado Regional e na reunião da Comissão Regional, órgão máximo entre congressos, realizadas na quinta-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Segundo o líder dos socialistas açorianos, “com os seus silêncios, e mais uma vez as expressões dúbias ou dúplices”, o PSD e o Chega estão a tratar o futuro dos Açores “não em função do interesse dos açorianos, mas em função do que interessa aos diretórios nacionais desses partidos”, designadamente as eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Confusão com PSD

O líder José Manuel Bolieiro disse na própria noite que ia governar com maioria relativa. Ou seja, sem acordos pós-eleitorais.

O mesmo social democrata apelou entretanto à “responsabilidade dos partidos políticos”, sugerindo bom senso por parte do PS — para viabilizar um governo da AD.

Na RTP, o líder do PSD/Açores disse que, noutros tempos (1996), o cenário foi ao contrário: ou seja, um governo do PS com maioria relativa viabilizado por PSD e CDS-PP.

Vasco Cordeiro foi rápido a reagir: “Assim, não! Com mentiras, não!“.

E o líder do PS/Açores mostrou no Facebook um excerto de uma ata que prova que o PSD, afinal, votou contra o programa do PS no tal Governo com maioria relativa, em 1996. Na altura, o documento só foi aprovado porque o CDS-PP votou a favor; não o PSD.

O tema chegou ao continente. Pedro Nuno Santos reforçou: “Chumbaram. Votaram contra. O PS votou contra o Governo do PS em 1996”.

“E santa paciência: já agora, tenham algum respeito pelo PS, que ganhou as eleições em 2020 e foi impedido de governar porque o PSD se aliou ao Chega”, continuou o secretário-geral dos socialistas, em conversa com jornalistas.

José Manuel Bolieiro já esclareceu o que quis dizer. Num comunicado enviado à RTP, explicou que, nessa legislatura, o PSD absteve-se em três orçamentos anuais e, assim, permitiu que a legislatura se prolongasse até 2000, até ao fim.

ZAP //

5 Comments

  1. Concordo em absoluto com o chumbo do governo da AD nos Açores, por parte do PS.
    Quem se alia ao Chega quando perde, porque não repete a mesma escolha quando ganha?
    Pode e deve fazê-lo, em vez de chantagear favores de quem nada lhes deve.
    Já a minha avó dizia,
    “quem serviu para os peidos, que sirva também para os cheiros”

  2. Já o PSD não foi vergonha nenhuma quando o PS ganhou as anteriores eleições e o PSD se aliou aos cheganos para formar governo.
    Então por que razão o PSD não viabilizou tal governo do PS.
    Ou seja, o PSD quer sol na eira e chuva no nabal!
    Grande teoria!
    Costuma dizer-se ” quem com ferros mata, com ferros morre”.

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