A Porto Editora revelou esta terça-feira as dez candidatas a Palavra do Ano de 2020. Este ano, a iniciativa lançada em 2009 decorre, pela primeira vez, em simultâneo com Angola e Moçambique.
De acordo com o Observador, a lista da Porto Editora, definida por uma equipa de linguistas e lexicólogos a partir das sugestões dos portugueses, inclui vocábulos como “confinamento”, “Covid-19”, “zaragatoa” e “discriminação”.
Este ano, a iniciativa lançada em 2009 vai decorrer, pela primeira vez, em simultâneo com Angola e Moçambique, que também divulgaram esta terça-feira as respetivas listas de candidatas.
As três listas apresentam algumas diferenças, mas têm em comum a inclusão de vocábulos relacionados com o coronavírus e o novo contexto social causado pela pandemia de covid-19.
A lista angolana inclui vocábulos como “nacionalização”, “autárquicas” ou “violência”, mas também “quarentena” e “coronavírus”. A última palavra também consta das palavras finalistas de Moçambique, onde é possível encontrar os termos “distanciamento”, “isolamento”, “ataques” ou “refugiados”.
A partir desta terça-feira, já é possível votar numa das candidatas nos sites português, angolano e moçambicano, até ao final do ano de 2020.
As palavras vencedoras serão reveladas a 4 de janeiro nos três países.
A iniciativa teve a sua primeira edição em 2009, quando foi escolhido o termo “esmiuçar”. A lista das palavras vencedoras é a seguinte: “vuvuzela” (2010), “austeridade” (2011), “entroikado” (2012), “bombeiro” (2013), “corrupção” (2014), “refugiado” (2015), “geringonça” (2016), “incêndios” (2017), e “enfermeiro” (2018).
No ano passado, a Palavra do Ano em Portugal foi “violência doméstica”, que venceu a votação com 27,7%. A escolha dos portugueses ter-se-á devido “aos inúmeros casos que foram sendo conhecidos ao longo do ano e que infelizmente resultaram em vítimas mortais”. A estatística divulgada pelo Governo no final de 2019 indicava que, até 22 de novembro, 33 pessoas tinham morrido em contexto de violência doméstica (25 mulheres, uma criança e sete homens).
No pódio, apareceu ainda em segundo lugar a palavra “sustentabilidade” e em terceiro lugar “desinformação”. Aos três primeiros lugares, sucederam-se os termos “jerricã” com 7,5%, “nepotismo” com 5,7%, “seca”, com 4,3%, “trotinete”, com 4,2%, “lítio”, com 4,2%, “influenciador”, com 4%, e, em último lugar, “multipartidarismo” (1%).
Em 2019, em Angola, a Palavra do Ano foi “IVA” e, em Moçambique, “reconciliação”.
“Palavra do Ano” é uma iniciativa promovida pela Porto Editora que tem como objetivo sublinhar o poder das palavras, refletindo o quotidiano da sociedade portuguesa em cada ano, “os factos, os hábitos, os acontecimentos, as tendências e as preocupações coletivas”.