Com a confiança reforçada, Ventura garante: “Não vou desistir até ser primeiro-ministro”

Após uma moção de confiança aprovada com 97,2% dos votos, André Ventura viu a sua liderança sair reforçada, garantindo: “não vou desistir até ser primeiro-ministro de Portugal”.

No domingo, o presidente do partido apontou o dedo aos críticos da sua liderança – aos quais chamou de “cobardes” -, e prometeu um saneamento imediato. As declarações foram feitas no encerramento da primeira Assembleia Plenária do Chega e do XI Conselho Nacional, no Exposalão – Centro de Exposições, na Batalha.

“O comboio da história só passa uma vez por nós. Está a passar aqui neste momento. Eu vejo-o! É o enorme comboio da história. É um comboio que eu posso quase sentir com a minha mão e a minha transpiração”, referiu, questionando: “que partido seríamos nós se não apanhássemos esse comboio?”.

“Ninguém nos poderá parar. Somos indestrutíveis na história que queremos construir”, declarou, citado pelo Expresso, sublinhando: “prometo, com o meu sangue e o meu suor, que este comboio não vai parar até 2026. Vai direitinho ao Palácio de São Bento, à casa de António Costa, para destituir o primeiro-ministro”.

Ventura declarou que “ninguém pode morrer sem cumprir o seu destino” e que, “a partir de um determinado momento”, sentiu que tinha “uma missão para cumprir”.

O líder do partido indicou que, a partir de agora e até às legislativas de 2026, vai “ignorar quaisquer ataques insignificantes” da oposição interna e que não deixará de “apresentar a porta da rua àqueles que andaram a destruir o partido nos últimos meses e anos. E isso começa amanhã mesmo, quando chegar a Lisboa”.

De acordo com o presidente, só não o fez antes por causa da sua “devoção cristã”, de “nunca deixar ninguém sem resposta, por mais insignificante ou importante que seja”, “Não voltaria ao Parlamento com a mesma força se não soubesse que era a mim que queriam”, reforçou.

A mesma posição em relação aos opositores tinha sido assumida horas antes pelo coordenador da Comissão de Ética e deputado Rui Paulo Sousa, que afirmou: “vão para o raio que os parta; rua daqui para fora!”.

O líder do Chega convocou o partido e anunciou uma moção de confiança devido à polémica com o deputado Gabriel Mithá Ribeiro, vice-presidente, coordenador do gabinete de estudos e autor da revisão do programa, por considerar que havia no Chega “uma facção” que contestava a atual direção.

Dados da direção do partido revelam que participaram na votação 590 militantes, dos quais 574 votaram a favor da moção de confiança, representando 97,28% do total, 15 contra e houve um voto nulo.

Segundo o Expresso, Nuno Afonso, ex-vice-presidente, vogal da direção e vereador na Câmara de Sintra – a figura mais visível dessa contestação interna -, já tinha antecipado ao jornal que não estaria presente no evento por se tratar de uma “palhaçada” e uma “bandalheira jurídica”.

Ainda segundo o mesmo órgão, há dúvidas sobre a legitimidade de se transformar um Conselho Nacional numa Assembleia Plenária, sem que esta exista nos estatutos do partido – o que é o caso.