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Mesmo com o Rt a subir, Portugal reúne condições para avançar para a 2ª fase de desconfinamento

Tiago Petinga / Lusa

Ainda que o Rt esteja a subir nos últimos dias, a incidência no início de abril deverá manter-se abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes – um dos limites definidos pelo Governo para que o processo de desconfinamento continue.

O número de novos casos de covid-19 tem descido nas últimas semanas e os especialistas estimam que no início de abril a incidência se mantenha dentro do limite estabelecido pelo Governo para o país poder continuar a desconfinar, avança o Expresso.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a 4 de abril – um dia antes de Portugal entrar na segunda fase de desconfinamento – deverá registar-se uma média de 430 novas infeções diárias e uma incidência de 63,7 casos/100 mil habitantes.

Números que se encontram muito abaixo da linha vermelha de 120 casos/100 mil habitantes definida há duas semanas pelo primeiro-ministro, António Costa, como um dos sinais para travar.

No entanto, mesmo que o índice de transmissibilidade [R[t)] ultrapasse o valor de 1, a combinação dos dois indicadores deverá manter-se dentro da zona verde da matriz de risco, cumprindo os critérios necessários para avançar para a segunda etapa de reabertura.

Depois do arranque da primeira fase de desconfinamento, com a reabertura das creches, pré-escolar, 1º ciclo e venda ao postigo em algumas lojas, os indicadores epidemiológicos ainda não refletem um agravamento da situação.

Segundo o jornal, Portugal tem atualmente 77,6 casos/100 mil habitantes, sendo que o continente regista 67,7, mantendo uma tendência de descida da incidência. Norte, Alentejo e Algarve estavam ontem com menos de 60 novos casos/100 mil habitantes.

No continente, só Lisboa e Vale do Tejo (71,9) e a Região Centro (66,6) estão ligeiramente acima desse patamar definido pelos peritos como ideal.

A Madeira é a região com maior incidência de casos e por isso faz subir a média nacional.

Tendo em conta as análises dos peritos, ter um Rt acima de 1 com uma incidência baixa não é necessariamente grave, uma vez que um reduzido número de novos casos diários permite um controlo mais ágil da transmissão.

Além da baixa incidência e do R(t) ainda inferior a 1, os outros indicadores de controlo também dão segurança ao Governo: há menos de 245 camas ocupadas em cuidados intensivos (154), a percentagem de resultados positivos no total de testes está abaixo de 4% (1,3%) e o atraso nas notificações dos casos confirmados é de 10%.

Com luz verde nos indicadores nacionais para avançar para a segunda fase de desconfinamento, resta saber se todos os concelhos estarão numa situação epidemiológica que lhes permita dar o passo seguinte.

Neste sentido, o plano do Governo prevê aplicar medidas de paragem nos concelhos com maior risco e aos limítrofes se se concluir que há alguma “situação epidemiológica preocupante”.

A avaliação do arranque da segunda fase do desconfinamento só será feita na próxima quinta-feira.

ZAP //

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