Nos últimos anos, parte da grande aposta da comunicação das marcas com os seus clientes tem passado pelo Facebook. No entanto, este paradigma pode vir a alterar-se, de acordo com um estudo da empresa de análise de mercado Forrester Research.
De acordo com a empresa norte-americana, as organizações devem arranjar outras estratégias, para além da comunicação através de redes sociais, já que o investimento pode vir a revelar-se pouco eficaz.
O Facebook tem vindo, recentemente, a reduzir o alcance dos posts promocionais. Ou seja, cada vez menos pessoas vêem aquilo que é publicado nas páginas.
Caso as empresas queiram ter maior alcance, são obrigadas a investir cada vez mais dinheiro.
E na semana passada, o Facebook veio a público dizer que vai reduzir os posts promocionais, ou não fosse esta uma das principais queixas dos utilizadores da rede social.
O Facebook anunciou em comunicado que “a partir de janeiro de 2015, as pessoas vão ver muito menos conteúdo publicitário nos seus feeds de notícia. Como dissemos anteriormente, o feed de notícias já é um lugar competitivo – mais pessoas e mais páginas estão a partilhar conteúdos e a competição para aparecer nos feeds tem aumentado. Isto quer dizer que as empresas devem esperar que o alcance deve diminuir significativamente, com o passar do tempo”.
Nate Elliot, analista da Forrester Research, concluiu que a situação não é a mais benéfica para as marcas: “a Ogilvy relatou que, em fevereiro de 2014, posts de grandes marcas no Facebook atingiam apenas 2% dos seus fãs, um número que tem vindo a cair 0,5 por cento ao mês”.
Mas as percentagens podem ser ainda mais desanimadores para as empresas: “no início deste ano, um estudo da Forrester mostrou que, em média, apenas 0,07% dos fãs das grandes marcas interagem com o que elas publicam no Facebook. Mas este último anúncio do Facebook certamente vai piorar as coisas”, revela Nate Elliot.
De que forma é que as empresas podem, então, continuar a comunicar com os clientes?
De acordo com o relatório da Forrester, é recomendado que invistam no seu próprio site e na comunicação por e-mail, em vez de apostar no Facebook e no Twitter.
A empresa recomenda o investimento no site, já que existem dados estatísticos que mostram que, nos Estados Unidos, há uma probabilidade três vezes maior de que um adulto visite o site de uma marca, em vez de interagir no seu Facebook.
Para além disso, a interacção pode passar também pelo e-mail, informação que é apoiada pelas estatísticas: “norte-americanos online que querem manter contacto com uma marca têm duas vezes mais hipóteses de assinar uma newsletter por e-mail do que interagir com a marca no Facebook”, revela o estudo.
Os e-mails são entregues a mais de 90% dos destinatários, enquanto que os posts no Facebook só chegam a 2% por cento deles.
Para a Forrester, um subscritor de e-mail tem mais valor do que um fã na página de Facebook.
No entanto, é importante ter em conta a dimensão das empresas.
Por menor que seja o retorno trazido pelas redes sociais, pode ser uma fonte importante de divulgação para um negócio de pequena dimensão, por exemplo.