Pelo menos três interessados contactaram o Governo para manifestar interesse na compra dos 50,1% da Groundforce, atualmente detidos pela Pasogal.
O ECO avança, esta segunda-feira, que o Governo já recebeu manifestações de interesse para a compra da maioria do capital da Groundforce. Apesar de a participação de Alfredo Casimiro não estar à venda, a situação de dificuldades financeiras levou três empresas a manifestarem interesse numa eventual aquisição caso o negócio chegue ao mercado.
O diário económico escreve que pelo menos três interessados, incluindo grandes players internacionais da aviação, contactaram o Executivo para manifestar interesse em comprar os 50,1% da Groundforce atualmente detidos pela Pasogal.
O ECO apurou, junto de fontes próximas da empresa de handling, que Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, terá iniciado conversações preliminares com alguns destes.
Além disso, há ainda a possibilidade de o CEO Paulo Leite Neto participar numa operação de management buyout, tendo o gestor referido essa possibilidade em reuniões internas. Contudo, nada foi formalizado junto do Governo.
O Jornal Económico já tinha avançado uma operação de alienação como uma possível solução para o impasse na empresa. Para que tal aconteça, é preciso que a participação seja posta à venda.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e em 49,9% pela TAP. A companhia aérea não irá vender a sua posição, mas há várias formas de a participação de Casimiro poder vir a estar à venda.
Num cenário de aumento de capital, a TAP poderá reforçar os capitais e aumentar a sua participação. No entanto, por imposição europeia, a companhia aérea não pode deter mais de metade do capital da empresa de handling, pelo que teria de a vender.
Outra forma poderia ser após uma nacionalização, que Alfredo Casimiro considera ser o objetivo do Governo. Pedro Nuno Santos já rejeitou esta intenção.
A possibilidade mais imediata poderá passar pela execução da penhora da participação. O Correio da Manhã avançou que o Montepio já notificou Casimiro sobre o incumprimento do contrato e, se os três milhões de euros em dívida não forem pagos, o banco poderá executar a penhora através de um processo extrajudicial, que permite que as ações sejam vendidas no prazo de 60 dias.
Esta foi mais uma excelente privatização do Passos… o artista ficou com a maioria do capital da Groundforce sem meter dinheiro e agora, como sempre, tem que ser o Estado a resolver os problemas!..
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“Alfredo Casimiro: O homem que comprou a Groundforce sem dinheiro”
“Alfredo Casimiro comprou 50,1% da empresa em 2012 sem pôr dinheiro e só em março de 2018, após a execução de uma garantia bancária, acabou de pagar à TAP. Entretanto já recebera milhões em comissões de gestão, que chegou a levantar em “cash” no banco.”
Correio da Manhã, 18 DE MARÇO DE 2021