A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) reuniu-se esta segunda-feira para emitir parecer sobre a realização dos exames nacionais e concluiu que só devem ser realizados as provas necessárias ao ingresso no Ensino Superior.
Depois de no ano passado os exames nacionais terem sido alterados para responder às especificidades trazidas pela pandemia, a Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) reuniu-se esta segunda-feira para emitir um parecer sobre as provas deste ano.
“Entendemos que se devem realizar apenas os exames nacionais das disciplinas que são para acesso ao ensino superior, mas incluindo a possibilidade de melhoria de nota. E que a avaliação e aprovação do ensino secundário deve ser apenas com avaliação interna, como já foi seguido no ano passado”, disse o presidente da CNAES, Fontaínhas Fernandes, em declarações ao jornal Público.
Assim, a Comissão recomenda que sejam mantidas “as orientações do ano passado, como sinal de estabilidade e confiança aos estudantes, e porque o processo correu de forma positiva, face aos condicionalismos existentes.”
Segundo a CNAES, deve ser permitida a realização de exames para melhorar notas de disciplinas, deixando nas mãos do Governo a forma como será definida a fórmula de cálculo a aplicar nesses casos.
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) referiu ao matutino que a solução deverá manter-se no essencial, mas com pequenas alterações, sendo que haverá o regime de perguntas obrigatórias e facultativas, mas a percentagem das primeiras vai aumentar.
No ano passado, quando o exames nacionais foram alterados, as provas estavam feitos, o que obrigou a uma adaptação. O resultado foi notas “demasiado elevadas”, tendo os estudantes deixado de fora as questões mais difíceis.
“As provas do ano passado já estavam praticamente terminadas quando introduzimos as alterações. Detetámos algumas questões que não funcionaram tão bem. Apesar de já estarmos a prever um aumento das médias, como é óbvio, percebemos que tínhamos de fazer alguns ajustamentos, nomeadamente os itens obrigatórios terem a capacidade de abarcar uma amostra do currículo representativa. Essa era a nossa grande preocupação”, disse Luís Pereira dos Santos, presidente do IAVE.
“Vamos aumentar um pouco, nada de especial”, garantiu, acrescentando que o que se vai manter é o valor atribuído a cada uma das perguntas facultativas.
“Os exames vão ser muito idênticos, em termos de construção dos itens e da sua estrutura ao que tem sido feito nos últimos anos. O grau de complexidade está equilibrado da mesma forma, não há nada de muito diferente. Os estudantes têm de estar descansados neste aspeto, porque vão fazer um exame como sempre fizeram.”
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou na semana passada que os exames nacionais vão ser adiados para os meses de julho e setembro e que duas provas de aferição vão ser canceladas – Educação Física e Expressões Artísticas.